sábado, março 29

...numa noite destas...

Porque raio aquele pessoal cheio de pressa, que não pára nos vermelhos, que faz manobras perigosas e piões no parque de estacionamento do Lidl, não me ultrapassa numa recta qualquer, com boa visibilidade, numa estrada nacional fora de localidade alguma, quando eu vou a 32km/h? Será apenas pelo traço contínuo? Que raio de poder terá esse simples traço, que amaina os demais rebeldes e artistas do volante, que os obriga a decrescer a velocidade de uns 120km/h para os meus habituais e modestos 32km/h? FODA-SE SEUS MERDOSOS FILHOS DA PUTA, É SÓ UM CARALHO DE UM TRAÇO E, NÃO, NÃO HÁ UM POLÍCIA EM TODAS AS ESQUINAS A VER SE PASSAMOS A MERDA DO TRAÇO (às vezes nem esquinas há e as moitas estão carregadas de sedimentos e fezes que afastam aos agentes de qualquer coisa, sei lá, os tipos das multas). MATEM-SE SEUS CARALHOS, SEUS MARTELOS QUE SE JULGAM MAUS. APOSTO QUE QUANDO JOGAM GTA TENTAM ANDAR LÁ ÀS VOLTINHAS SEM QUEBRAR QUALQUER REGRA DE TRÂNSITO E FICAM FODIDOS PORQUE AQUILO É UM JOGO E ESTÁ FEITO SEM QUALQUER PRECISÃO RELATIVAMENTE AO CÓDIGO DA ESTRADA. FODEI-VOS. Imagino os tipos, a tentar a impressionarem-se a si mesmos, aproveitando-se do facto de terem ao lado a namorada morta por dentro (morreu há dois anos atrás, numa cabeleireira dos Brejos de Azeitão), para darem a entender que é para cima dela que com o seu pequeno pénis tentam ejacular toda uma virilidade. Lá vêm eles, velozes, esbanjadores de octanas (sim, estes zés de calças apertadas e dentro do rabo, metem da de 98 octanas), depois, ao abeirarem-se de mim, em vez de ultrapassar, coisa que demoraria um par de segundos, travam bruscamente, ficando o mais perto possível da minha traseira, para poderem proferir impropérios e sentir-se superiores a alguém. QUEREM QUE EU ACREDITE QUE É POR CAUSA DO CARALHO DO TRAÇO? MORRAM TODOS, LEIAM A PORCARIA DE UM LIVRO!!!

Septicemia febril

Estava a ouvir qualquer coisa, a noite seguia fria e fantasmas de infedilidades corroiam-me a mente de uma forma deliciosa, que só desgraçados como eu, conseguem apreciar. Não estava tão mal como nos normais dias, ao mesmo tempo, não fedia como habitualmente, visto ter tomado banho naqueles frios e repulsivos chuveiros. Urinei no chuveiro - uso chinelos. Encontrava-me para lá da habitual depressão, gritava coisas imperceptíveis, apenas e só para fazer barulho e incomodar aqueles tipos que todos os dias vejo de várias formas, quando sinto que só devia ver-me a mim e ao meu anel de queijo, de uma forma onírica, pois claro, visto que estar acordado é merdoso e impossível de ser apreciado por alguém tão depressivamente evoluido quando eu. Ia cagar, era isso que me animava, que me fazia usar músculos e articulações, tirava-me da letargia física e conduzia-me para aquelas latrinas compartilhadas com mais uns 30 tipos cujo o nome, amiudamente, conheço. Chego ao cubículo, que tresandava a enxofre e a um coagulado qualquer em putrefacção, como é costume e, reparei no tampo da sanita, em baixo. Sem entender bem porquê, fiquei temeroso, nervoso, hesitante... Acho que era a primeira vez que encontrava um tampo da sanita para baixo, já havia perscrutado bordas da sanita completamente conspurcadas por urina, por fragmentos de fezes expelidos quando uma monumental diarreia do Balixa; já tinha ficado a olhar ficamente para uma sanita com água quase até ao cimo, mas... Um tampo em baixo... Não levantei o tampo, temi, sou adicto a uma qualquer cobardia. Uma caixa de Pandora por ali continuou. Que estaria lá dentro? Quem se terá dad ao trabalho de fechar a sanita, deixando pela primeira vez a descoberto uma carregada marca de ferrugem onde o tampo se apoiava no depósito da água? Merda, tenho medo...

quinta-feira, março 27

Piaria Nuestros Hermanos, los Espianholis

Olia, carios hermanos espianhiolis!
Vimios pior estie miedio infiormar nuestros hermanos espianhiolis de quie viamios piassiar a escrievir em espianhioli piara qui ustiedies entiendian bien lo qiue dicimios.
Como pudiesteis veier, es miuito fiacile escrivier en espianhioli. Porsupuesto, apienias es neciessiario pioner alguiunos ii entrie alguiunias lietrias de las pialavrias piortiuguesias, siendo quie qualquier iuno puede escrivier espianhioli.
Con griande apriecio pior la lingua de ustiedes, me dispiecio con amiziade friaternal de tiodos los espianhiolis que leian estio piost.
Abriacios liusitianios de tiodia (pienso quie tiodia) lia equipia de No Hay Viacas Siagradias.

segunda-feira, março 24

Com grande admiração pela pessoa que é e que não é, esta vai dedicada. Mais um cigarro?

Sleeping is giving in, no matter what the time is. Sleeping is giving in, so lift those heavy eyelids. People say that you'll die faster than without water. But we know it's just a lie, scare your son, scare your daughter. People say that your dreams are the only things that save ya. Come on baby in our dreams, we can live on misbehavior. Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Every time you close your eyes Every time you close your eyes Every time you close your eyes People try and hide the night underneath the covers. People try and hide the light underneath the covers. Come on hide your lovers underneath the covers come on hide your lovers underneath the covers. Hidin' from your brothers underneath the covers, come on hide your lovers underneath the covers. People say that you'll die faster than without water, but we know it's just a lie, scare your son, scare your daughter, Scare your son, scare your daughter. Scare your son, scare your daughter. Now here's the sun, it's alright! (Lies, lies!) Now here's the moon, it's alright! (Lies, lies!) Now here's the sun, it's alright! (Lies, lies!) Now here's the moon it's alright  (Lies, lies!) Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Lies, lies! Every time you close your eyes Every time you close your eyes (Lies, lies!)
(Da próxima vez faço-te um DeepThroat, que dá menos trabalho)

The Future

Give me back my broken night my mirrored room, my secret life it's lonely here, there's no one left to torture Give me absolute control over every living soul And lie beside me, baby, that's an order! Give me crack and anal sex Take the only tree that's left stuff it up the hole in your culture Give me back the Berlin wall give me Stalin and St Paul I've seen the future, brother: it is murder. Things are going to slide, slide in all directions Won't be nothing Nothing you can measure anymore The blizzard, the blizzard of the world has crossed the threshold and it has overturned the order of the soul When they said REPENT REPENT I wonder what they meant When they said REPENT REPENT I wonder what they meant When they said REPENT REPENT I wonder what they meant. You don't know me from the wind you never will, you never did I was the little jew who wrote the Bible I've seen the nations rise and fall I've heard their stories, heard them all but love's the only engine of survival Your servant here, he has been told to say it clear, to say it cold: It's over, it ain't going any further And now the wheels of heaven stop you feel the devil's RIDING crop Get ready for the future: it is murder. Things are going to slide ... There'll be the breaking of the ancient western code Your private life will suddenly explode There'll be phantoms There'll be fires on the road and a white man dancing You'll see a woman hanging upside down her features covered by her fallen gown and all the lousy little poets coming round tryin' to sound like Charlie Manson and the white man dancin'. Give me back the Berlin wall Give me Stalin and St Paul Give me Christ or give me Hiroshima Destroy another fetus now We don't like children anyhow I've seen the future, baby: it is murder. Things are going to slide ... When they said REPENT REPENT ...

domingo, março 23

O Noir dos nossos tempos....

Alguma vez se masturbaram no quarto, em cima da cama, ao pé do computador portátil, a ver pequenos filmes de 20 segundos, que são amostras gratuitas de sites porno, ejacularam ainda antes de atingirem uma erecção plena e depois, verteram o sémen para um de quatro recipientes vazios de iogurtes do LIDL? Eu já.

Guerra Civil Espanhola

Sinto que aborreço os meus amigos (apenas e só porque eles não foram iluminados pelo facho da beligerante sapiência), sinto-me um carcinoma qualquer, sinto-me uma impureza de tez cinzenta dentro de um saco de cerelac (os sacos da cerelac, textura e cor única, metalizada; miluvit, nestum, pensal, é tudo diferente da cerelac, isso nota-se desde logo, a partir do invólucro), isto porque, todas as minhas conversas (que outrora sobreviviam sofregamente algures entre o pedante e o diletante), todas as minhas desculpas merdosas para não fazer caralho nenhum, todos os meus argumentos para evitar a opressiva socialização com as gentes mais ou menos idiotas, acabam numa coisa, num acontecimento, numa mescla de tudo, num odor a fuligem e a pólvora… desaguam na GUERRA CIVIL ESPANHOLA – que é a melhor coisa do MUNDO!!!
Foda-se, adoro a GCE, apetece-me morder a bochecha, cravar as unhas na rugosa epiderme que reveste os testículos, vulgarmente chamada de escroto, só e apenas pela revolta que me causa, a evidência de só agora, com mais de um quarto de século, ter prestado atenção a um fenómeno tão rico, tão absoluto, tão orgástico, como a GCE. Sinto náuseas ao recordar-me do tempo que perdi a ver filmes com pessoas a fazerem fellatios a golfinhos, a memória oprime-me, ao obrigar-me a reviver aqueles minutos que eu perdia quando não decidia se havia de cortar os pelos púbicos ou se os deixava crescer mais um bocado, assim quase até tocarem na glande, criando a maravilhosa ilusão óptica que a mesma era dividida em dois hemisférios, isto quando um pelo mais petulante se fixava na pastosa glande já desprovida de prepúcio.
Não quero ser um pregador, um fazedor de opiniões, não quero armar-me em gajo quase nos 30, que vai casar, comprou uma casa e apesar de não ter filhos, a um quarto já o chama “o quarto dos miúdos” que se mete a dar conselhos enquanto bebe um martini e ignora a enorme barriga com que está ficar, não, nada disso, mas… não percam tempo com coisas supérfluas, não estejam aqui a ler esta porcaria, num qualquer compêndio de história, está um conflito bélico à vossa espera, com fotos a preto e branco, cartazes de filmes de época, foda-se, nasçam, vivam, morram, ADOPTEM UM ARMISTÍCIO!!! GUERRA!!!
CARALHO, TRATEMOS DE OCUPAR BEM O NOSSO TEMPO E EXPURGAR DE NÓS A BOSTA GASTA E RESSEQUIDA, QUE JÁ NÃO CHEIRA A NADA A NÃO SER QUE COM UM PAU LHE MEXAMOS DE FORMA A FAZER UM CORTE TRANSVERSAL E A EXPOR A PARTE DO EXCREMENTO QUE AINDA CONSERVA AS SUAS BELAS PROPRIEDADES ODORIFERAS, ISSO POR NÃO TER ESTADO EXPOSTO A ESTA ATMOSFERA OXIDANTE, QUE É O TEMPO QUE PERDEMOS A FAZER COISAS INÚTEIS!
Dedicado à netinha da senhora cuja campa eu profanei.

Sabes que estás na frente de alguém homossexual….

…quando um homem insuspeito se apresenta na tua frente com um secador de cabelo na mão e pergunta-te por uma ficha eléctrica, e tu, na tua inocência, diriges o olhar para o seu cabelo e este contém em si nuances de loiro !!!

Não... Não dá...

É impossível... Um gajo às vezes tem de fazer um esforço para não haver vacas sagradas... Tentar vilipendiar e gozar com as mínimas coisas para destruir a imagem de uma pessoa... Mas depois há gajos como este, que não nos permite pegar em nada, pois já está tudo mais que remexido... Assim não dá! Estás a tirar o emprego a escarnecedores profissionais!
E vê lá se da próxima vez que encornes uma gaja tens a certeza de que ela não descobre. Ou então, respeita a métrica. No entanto, se quiseres contribuir para um bem maior, masturba-te para o resto da tua vida, para não deixares descendência. Se, pelo contrário, te quiseres matar, agradecemos. Ah! É verdade... Se gostas tanto da gaja mas ela não te vai olhar nos olhos para o resto da tua mísera existência, tens u bom substituto: um leitão de Negrais! Ou então, da Bairrada. Esse também é roliço, rechonchudo, tem carninha, e não te chateia os cornos se tu comeres uma bifana na roulotte de Santos, depois de teres ido mamar shots para o Vacas Loucas com o people do teu bairro (mais propriamente, de Alvalade, que cabelos desses só podem ser oriundos de lá).

Sobre o interior....

Nos nossos périplos pela vida social (para os que ainda não desistiram e optaram, simplesmente, por comunicar com um teclado e predar assim o sexo oposto) chega sempre uma altura em que, invariavelmente entoado num tom irónico, alguém solta um - "O que conta é o interior", aquando da avaliação de alguma rapariga incauta e menos dotada geneticamente que teve o desplante de ter saído de casa para os meandros da vida social. Noto especialmente este fenómeno, quando se tratam de raparigas desproporcionais, especialmente, com um mau rácio tronco/pernas ou dentes/gengivas, braços especialmente curtos para o seu tronco, ou então num pesadelo hiperbólico, um elemento do sexo oposto que possua pelo menos duas ou todas estas características (para operacionalização de conceitos e detalhes estatísticos falem com os meus caros amigos Nada e Pedopsicótico). Permitam-me acrescentar que, apesar do tom irónico e do contexto em que é usualmente proferida, esta frase é extremamente verdadeira, roçando talvez o dogma religioso. Assim, "No fundo o que conta é o interior" para idealizarmos uma abordagem a este tipo de elementos do sexo oposto, tão distintivos fenotipicamente. É apenas a vivissecção que é uma péssima estratégia de engate de um potencial parceiro sexual.

Auto-flagelação

Situação trágico-cómica: Testemunho prototípico de alguém que passou por um mau bocado na vida e que agora se sente na obrigação de passar a palavra a toda a civilização como forma de prevenção.
Todos sabem que a melhor tosta mista é feita com pão de Mafra. Certo dia estava a minha pessoa a preparar uma dessas tostas mistas quando se cortou. Foi a melhor sensação em dias. Toda a dor que me perseguia desde a adolescência se dissipou. Sim, porque eu sinto permanentemente uma dor na alma, porque ainda não me consegui livrar de certos tiques típicos da Fase do Armário. Porque pensam que ando a tirar o curso de Psicologia? Para me tratar, claro está. Ora, o corte que deu origem à auto-flagelação fez por mim mais do que 5 anos de faculdade. Assim, deixo desde já uma moral: tu que estás no 12º Ano, se estás indeciso entre Psicologia e outro curso, dedica-te à auto-flagelação e tira o "outro curso". 
Mas nem tudo são rosas no mundo da auto-flagelação. O problema é que a dor reaparece após um breve jorro de sangue e por isso neste momento apenas tenho um braço. Isto dificulta em muito tanto a auto-flagelação como, o pior de todos os males, o corte do pão de Mafra. Por isso, neste momento apenas me resta dar cabeçadas e atirar-me contra uma parede como forma de auto-sacrifício, e apenas como tostas mistas com pão de forma o que, volto a salientar, é uma verdadeira tragédia. 
Irmãos e irmãs nunca adiram à auto-flagelação ou pelo menos mal-tratem partes do corpo mais dispensáveis (como roer as unhas até ao sabugo, por exemplo). Estão dispostos a comer tostas mista com pão de forma para o resto dos vossos dias? É esta a pergunta que devem colocar a vós próprios. 
Eu aprendi da pior maneira o que é ser "Bimbo, com muito gosto". Não sejas mais um Bimbo.

Serviço Público

Bom, venho dar a minha opinião sobre o que penso ser um verdadeiro serviço público de qualidade por parte da RTP. Penso que a RTP deveria delegar a José Rodrigues dos Santos uma tarefa realmente relevante no panorama nacional: aparecer de surpresa nos programas tipo "Quando o telefone toca" e forçar o/a apresentador/a do dia a fazer-lhe um felácio. Assim, não só terminavam os monólogos penosos, torturantes diria mesmo, como aposto que obrigaria JRS a interromper a sua obra literária. Pois como todos nós sabemos, JRS descreve pormenores de índole sexual de uma maneira que apenas pode ser explicada pela presença de miopia. Ora a miopia está fortemente correlacionada com a ausência de sexo (r= 0.88, p <0.001,>). Isto sim é um serviço público de qualidade!

É hoje que faço o meu retrato psicológico...

Não! Desenmerdem uma  família funcional pá, hoje é dia de Páscoa.

sábado, março 22

Ena...já consigo escrever!!!!

O polegar oponível, o córtex pré-frontal e a linguagem foram das nossas maiores conquistas evolucionárias enquanto espécie. Estes fantásticos avanços, permitiram-nos descer das árvores, directamente para os centros comerciais ao domingo de tarde.

sexta-feira, março 21

Poesia V

Olha-me  agora, que me tens vencido
e sou nas tuas mãos pobre veludo,
de pele morta e rota mal vestido
e, de sábio que sou, já tartamudo.
Fala-me agora, que não tenho boca
e sou na tua pele mero ouvido,
diz-me palavras soltas sem sentido
ou pede-me por graça o consentido.
Olha-me só para que veja como
tão claro e fundo olhar me tem mantido
na solidão sem nome deste pranto;
ou escreve em mim com hálito de lume
para que seja eu a enrodilhada chama
que se esquece de si e sonha o fumo.
António Franco Alexandre

Poesia IV

Gostosamente tenso e grosso
é o cilindro cálido e fremente
que ela acaricia e aperta nas finas mãos voluptuosas
como chamas de seda ágeis e vibrantes.
O que era o sonho do seu corpo, o seu ébrio desejo
que em violentas crispações a devastava
ou em lânguidas imagens fulgurantes
os seu olhos febris alucinava,
estava ali verticalmente vivo
na espessura de caule incandescente
e numa vibração de chama sólida.
Não resistiu a beijar suavemente
em sucessivos beijos titilantes
a sua redonda corola com uma fenda
de minúscula nascente.
Como desejaria lambê-lo, sugá-lo, sorver-lhe
avidamente
a cálida seiva transbordante!
Mas não, agora não, seria para depois
de se entregar, de pertencer inteira
àquele que lhe pertencia inteiramente.
Mas antes de unir o corpo dela ao seu
sopesou-lhe nas palmas as engelhadas bolsas
que, pendentes e longas,
continham os grande óvulos melindrosos.
Depois pousou a cabeça no ventre do amante
num abandono de orgulho glorioso.
E por fim, na incandescente urgência do desejo,
enlaçou voluptuosamente o homem que a esperava
e as fontes da energia brotaram turbulentas
em avassaladoras ondas convulsivas
que derrubavam todas as portas interiores.
Na sua pequena gruta ávida e fremente
o que ela desejara em sonhos e acordada
penetrava-a teso e rubro e o mundo flutuava
sob uma abóbada vermelha de veludo.
O insustentável gozo cedia a outro gozo
e o júbilo e a voluptuosa agonia de onda em onda
inundavam as sombras subterrâneas.
António Ramos Rosa

Poesia III

Um copo de vinho torna-me poroso
como se a dispersa areia do desejo
se concentrasse em lâmpadas lancinantes.
Então leio as mulheres sem vestidos
ao sopro da minha volúpia incandescente.
A violência do meu tacto voluptuoso
embate nas suas formas fascinantes.
São deliciosas panteras magnéticas
de flexível firmeza, de tersa densidade.
Imagens do meu corpo, espelhos da nascente
que no meu sangue murmura, são as pedras de toque
dos meus lábios errantes, do meu olhar sedento.
Porque estarão elas no mundo, para além da fronteira
da minha fome de identidade ardente?
Trespasso-as avidamente, envolvo-as na minha baba
e estendo-as sobre o muro da minha pupila acesa.
Toco as delicadas minúcias, apalpo a árvore viva,
acaricio uma maciça coluna magnífica
e num ventre sumptuoso como uma larga guitarra
afundo a minha cabeça exausta e enamorada.
Quem poderá enunciar o puro prodígio
de umas robustas pernas elegantes
como colunas vivas e amorosamente nuas?
Como é pungente a formosura e a vertigem
do desejo que a contempla na impotência
de a tornar sua, totalmente sua!
António Ramos Rosa

Poesia II (esta vai dedicada a um membro do blog)

Quando o intestino
2
Se a tripa inteira corneteia e rufa
num concertante
de ópera bufa,
já não é simples sainete
nem a sonância, nem o mais que expele:
é um cheirete
de alto lá com ele!...
Se o som, porém, é como o ai duma donzela
que tem penas de amor e que as não conta aos pais;
se põe na roupa a viva cor duma aguarela
e suja o rabo,
então cheira muito mais,
oh, muitíssimo mais, o alma do diabo!
Augusto Gil

Hoje é Dia de Poesia. Está aberta a garganta dos declamadores.

Soneto
Cagando estava a dama mais formosa,
e nunca se viu cu de tanta alvura;
mas ver cagar, contudo a formosura
mete nojo à vontade mais gulosa!
Ela a massa expulsou fedentinosa
com algum custo, porque estava dura:
uma carta de amores de alimpadura serviu àquela parte mal cheirosa:
Ora mandem à moça mais bonita
um escrito de amor que, lisonjeiro,
afectos move, corações incita:
Para o ir ver servir de reposteiro
à porta onde o fedor e a trampa habita,
do sombrio palácio do alcatreiro!
Abade de Jazente

Metáfora ou Poesia cArNAL

Quando as saudades apertam sinto algo em muito semelhante à mudança do coito vaginal para o coito anal... um aumento da pressão num local específico do meu corpo.  
Depois acompanha-me o odor a merda, suor e corrimento... a doce fragrância de alguém que nos deu prazer.

Já só faltam 2 dias...

Retenham a expectativa... Essas nádegas bem apertadinhas, certo!

quarta-feira, março 19

Conversa de circunstância

Uma coisa que me irrita terminantemente é a conversa de circunstância. Falar só por falar, para não ter que lidar com um certo desconforto silencioso por se estar a sós com um semi-conhecido ou desconhecido. Eu alimento-me destes silêncios! Eu vivo para estes silêncios! No entanto, ainda há pessoas que me impedem de viver e de me alimentar... Uma conversa que surge muitas vezes (isto falando no contexto trabalho) é a conversa dos filhos. Está toda a gente a tentar trabalhar e, eis senão quando, um palhaço/a se lembra do cagalhão em forma de Nossa Senhora que o filho fez no penico na noite anterior. Meus caros, isto devia ser alvo de processo disciplinar! Um/a gajo/a devia ser suspenso durante uns anos, até o filho sair de casa, para não haver mais nenhuma conversa do género: "Ah, o meu filho entrou na escola e fica na primeira fila, para aprender muito!" ou "Ah, o meu filho entrou no secundário e fica na fila de trás, para fazer bicos ao colega do lado" ou "Ah, o meu filho foi considerado o caloiro mais popular do IST, depois de ter levado com cento e tal maçaricos pelo cachaço a baixo" ou "Ah, o meu filho acabou o curso e arranjou um travesti como namorada!" Era dispensável este tipo de conversas. Recentemente descobri que as pessoas que não têm filhos, nomeadamente os estagiários, também falam espontaneamente de algo para contribuir p a conversa de circunstância. Mas, como foi referido, não têm filhos. Então e falam do quê? Eu respondo a esta questão que deve estar a pulular nas vossas mentes: falam de CÃES! CÃES! Da raça dos seus cães, da côr, da idade, das gracinhas... até da puta do cagalhão que fizeram com a forma da Nossa Senhora! Para que é que me interessa saber das artroses dos vossos caniches, se chegam ao joelho ou à coxa, se dão a pata ou fingem-se mortos, se têm a língua macia ou áspera... Estou-me a cagar! Quero estar sossegado, em silêncio e sem estabelecer laços! Quero estar sozinho a gozar os constrangimentos dos fretes que faço! Ah... Melhor! Se não têm cães ou filhos falam do quê? Hã? Crochet? Não... Falam do GINÁSIO! Sim, falam das actividades que fazem no ginásio... Pilates! PILATES! EU NEM SEI O QUE É PILATES! Enfiem o pilates pela peidates acima! DEIXEM-ME SOSSEGADO, PORRA! Sim, é verdade, sou um indivíduo sem pretensões a Relações Públicas ou a Psicólogo. Sou apenas uma alma penada à espera da justificação da minha existência... E cada vez que me ocupam com as vossas conversas, apetece-me cada vez mais farinha maisena... Ou então Cerelac... Pensal não, que não gosto... Quando for velho e não tiver dentes, quero alimentar-me só de papas... E beber leite humano directamente dos seios de uma finlandesa que tenha parido o Anti-Cristo... AH... Bizarrias...

Faltam 4 dias para fazer o meu retrato psicológico!

Aguardem...

domingo, março 16

Saudações do Pedopsicótico

Só para partilhar que hoje bati uma punheta tão grande que ainda me estou para vir.

sábado, março 15

O Vlog que bai mudar o mundo, melher

É usual vermos em inúmeros blogs, logo nos primeiros (se não no primeiro) posts, descrições dos próprios autores. Eu penso que isso é uma estupidez por várias razões. No entanto, não as vou enumerar, pois interessam-vos tanto, caros leitores, como a mim me interessam as descrições dos autores dos blogs. Apenas quero dizer uma coisa neste início de blog (que provavelmente vai ser abandonado dentro de pouco tempo, por já não ser novidade): não esperem de nós intervenções políticamente correctas, coerentes, relevantes ou com conteúdo. Este sítio servirá para expurgar tudo o que acharmos que deve ser expurgado. Sim, quero dizer ainda outra coisa: CONA!

A activar estereótipos sociais desde 2008

Brevemente...