- Gostas de mim?
- Sim.
- A sério?
- Não.
- Mas... Estúpido...
- Porquê?
- Por que é que disseste sim?
- Porque era o que querias ouvir.
- Anormal...
- Estás a chorar para quê?
- Para nada...
- Preferes que te minta?
- Não...
- Então porque é que ficas fodida quando te digo a verdade?
- Não é o que eu quero ouvir...
- Por isso disse sim. Mas não me podes censurar por ter respondido sinceramente à tua segunda pergunta.
- Mas tu és parvo? Pensas que isto é um exame oral? É uma entrevista de emprego? Pensas que eu sou um computador? Sirvo só para a punheta e para brincar?
- Estou apenas a ser objectivo.
- Vai-te foder, anormal de merda! Se soubesse não te tinha dado troco...
- Rigorosamente, deste-me €1 a menos do que devias. Foi para meteres conversa comigo?
- Sim, anormal de merda, mas mais valia ter-te deixado passar!
- Sim, mais valia. Nesse dia o euro fez-me falta para o parquímetro.
- Não vales nada... Nunca mais te quero ver à frente! Paneleiro de merda! Robot do caralho! Devia cuspir-te a nhanha que engoli para cima!
- Agora será impossível. Já foi digerida. Tens de admitir que te reduziu o apetite.
- Vai-te foder! Porque é que me despedi do LIDL... Agora era Chefe de Loja...
- A tua falta de ambição choca-me. Podias estar no Continente. Ao menos é português e faz parte de um grupo que tem uma quota sólida no mercado de valores. Se bem que a SONAE SGPS tem andado em baixa.
- TU ÉS UM MONSTRO!
- Não. O que queres dizer é que sou um indivíduo que não responde aos estímulos externos normalmente. Situo-me fora da norma, o que, evolutivamente, não atrai tantas fêmeas.
- Não acredito nisto... Despe já o meu soutien e a minha tanga! Quero ir para casa!
- Não podes. Para termos benefícios fiscais, casei-nos e cessei o teu contrato de aluguer.
- Não podes fazer isso!... Como é que conseguiste?... E as minhas coisas?...
- Decidi que devias mudar de estilo. Vai comprar roupas novas.
- Monstro... Verme... anormal... Prefiro viver na rua...
- Nesse caso, aconselho-te a esclheres as arcadas de prédios dos anos 50 ou 60. São sólidas e têm uma disposição mais ergonómica.
- Vai para o caralho...
- Compreendo a tua insatisfação com a situação. Neste momento não é reversível.
- Abre a porta... JÁ!
- Não há necessidade de exaltações. Sairás daqui em altura oportuna. Ou alturas, visto que irei retalhar o teu corpo em pedaços mais pequenos, alimentando uns cães vadios na zona de Frielas. Penso que ninguém desconfiará.
- NÃO!!!! DEIXA-ME SAIR! ASSASSINO!
- Não adianta. Neste prédio só vive uma senhora de 89 anos, surda e com Alzheimer.
2 comentários:
AHAHAHAHAH, muito bom...
fight the machine
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