domingo, setembro 28

Pérolas esquecidas...

Desafio: qual o vosso primeiro pensamento que vos vem à consciencia com esta imagem? Para mim foi "que drogas andava este senhor a tomar nos anos 70? Será que ainda sai à rua?"

sábado, setembro 27

Diarreia

Sempre pensei que a diarreia fosse uma coisa congeminada pelo nosso estômago e intestinos, que ruminavam durante horas até decidirem expelir aquilo que nós sabemos. Mas afinal, existem diarreias instantâneas.

sexta-feira, setembro 26

Jesus...

Cada vez mais, os jovens do mundo desistem da religião e embraçam outros sistemas de crença. Uns contentam-se com o ateísmo, para não se chatearem, outros com o satanismo, pois a adopção de um sistema antagónico ao vigente não quer dizer nada a não ser “ah e tal, eu já fui sacristão, mas o padre embebedava-se e molestava-me, com hóstias nos mamilos.

Outros deixam de acreditar por isto que vem a seguir.

Depois deste vídeo, todos vão ficar a cantarolar a sua melodia melacenta e, por consequência, adoptar Jesus como seu “amigo”. E não, não estou a falar do espanhol que veio agora de Erasmus, chamado Jesus, oriundo de Badajoz, e de ascendência cigana.

quinta-feira, setembro 25

Sobre o Satanismo

Quando penso num ritual satânico, imagino aí uma dúzia de putos góticos/satanistas que, chegando ao fim do mês, fazem uma vaquinha durante a semana, para comprar galinhas na feira do relógio, luz ou de Odivelas. Os machos normalmente tem nomes pouco comuns tipo Albino ou Mário. Normalmente, resolvem essa dissonância cognitiva substituindo a últimas duas letras do seu nome pelo sufixo “us”, ficando assim Albinus e/ou Marius, o que dá muito mais estilo e atrai muito mais as fêmeas. Já elas, normalmente, adoptam o epíteto de “Lady” qualquer coisa, como se de uma linhagem negra descendessem.
Nessa sexta-feira, fim do mês, mal a campainha da escola secundária/Fábrica de confecções/Fábrica de moldes de plástico para a indústria automóvel toca, levantam-se num ápice e dirigem-se a casa, freneticamente trocando esseemeesses para combinar a excursão para o meio da serra de Sintra. Lá, no conforto das paredes tingidas a preto, ao som de Immortal e com os morangos com açúcar mudos no ecrã da televisão, tomam um banho. Vestem as suas melhores calças de spandex negro e afivelam o cinto com os cartuchos de G3 do pai que ficou traumatizado no ultramar, pois tomou-lhe o gosto em chacinar pretos. T-shirt da banda de black metal obscura e lá vão, depois do bom jantar da mamã, todos para os diversos satan-mobiles, com os galináceos na mala, cerveja, velas, caveiras, copos, talheres e pratos de plástico, petromax e o bico da campingaz para fazer uma cabidelazinha quando o ritual acabar, porque isto de adorar o mafarrico dá cá uma larica e,toda a gente sabe que, as góticas/satanistas têm jeito para a cozinha.
Chegam ao seu destino. Iniciam os preparativos, têm sorte! A lua estava alinhada, assim os cânticos estimulam mais as células auditivas de Baphomet: causa-lhe formigueiro na mão disforme e vermelha e provoca-lhe uma semi-erecção demónica. Pimba, quando o galináceo menos espera fica acéfalo e o ritual é concretizado. Tudo acaba, num bailarico, enquanto se aprecia a cabidelazinha negra, agradecendo-se assim a colaboração do bicho. Tudo se vai embebedando. Os mais afoitus têm esperança de mandar uma berlaitada satânica na profundidade da serra com alguma Lady qualquer coisa mais ardida, mesmo que para isso tenham de lutar contra o complexo sistema de fivelas das botas que lhes chegam aos joelho. E assim tudo termina numa dança, ao som da própria rabeca amaldiçoada e do virtuosismo infernal do próprio Baphomet.
Quando tudo acaba, quando já sobejam apenas os despojos para a pilhagem, toda a gente apanha o lixo e faz a sua separação. Os que teimam em a fazer mal são repreendidos e recebem coaching nas áreas de Educação Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social. No caminho para fora da serra, deixam os saquinhos devidamente identificados dentro dos contentores do ecoponto e seguem para as sua vidinhas felizes e renovados por mais um ritual negro.
Pois bem, para lutar contra estas ideias idiotas e pré-concebidas (Satanistas a fazer separação, REALMENTE!), e, para reflectir sobre o que é ser e pensar o satanismo, os verdadeiros seguidores, do alto da sua grande erudição e sapiência satânica resolveram (talvez ainda imbuídos com o espírito de Abri), juntar-se ao associativismo e criar a Associação Portuguesa de Satanismo (http://www.apsatanismo.org/). Se, és como eu, e queres torrar uns minutos a gargalhar com vontade, visita este site. Podes ter a certeza que não interessa nem ao menino Jesus.

Outono

A luz do dia não me acordou hoje, e faz já algum tempo que a corrente de ar não me vem despertar o raciocínio. Adormeci enquanto não sentia o sol nem o fresco da rua e entretanto perdi a coragem para ir àquela janela. Instalou-se o silêncio, nunca mais tocou a música. Já não vejo os carros nem o passeio, já não admiro a elegante deambulação felina, nem ouço os passos apressados dos sapatos; já não conto as garrafas abandonadas nos cantos, preenchidos de beatas. Acho que me levaram o chaço, deram-lhe meia volta e mandaram o vento fechar-me a janela para que a rua não me visse mais o quarto. A apreensão e o medo conquistaram a vontade de me levantar para ir abrir-la; Talvez já não seja aquela rua. Se calhar caíram-se-lhe as folhas das árvores e a chuva descrente varreu-as para dentro dos bueiros.
Não sei o que acontece lá fora, sinto saudades da roupa molhada e dos vasos de flores, ostentados na fachada do prédio em frente. Ainda assim, mantenho fé que se abram as portadas da janela que hoje me escondem aquela rua. Espero, então, vir a reconhecer-lhe o frenesim a que me acostumei.

quarta-feira, setembro 24

Cem título.

e mais! cerveja à pressão em garrafa? PelamordeDeus pá... 'tão mas vós julgais que a gente é mesmo tanso ou quê? dass

"Pior que não ter nada para vestir é não ter uma mulher para despir" A.J.Jardim

Agora que os anúncios me fazem ranger os dentes com ganas anarquistas, e com a lembrança de algumas festas de uma família que um fado pouco auspicioso me fez ter, queria dizer o seguinte: baseada numa espécie de necessidade desencadeada pelo valentemente pérfido e filho da puta mundo moderno, criou-se e sustem-se a ideia de que o ser humano individual é profundamente incompetente e que não consegue desenvencilhar-se sozinho. Criada esta mentira cabrona, torna-se então fácil encher o medo e a tristeza que fica com GPS, telemóveis, restaurantes e cenas gourmet, televisões, exposições, bifidus activos, holmes place, bronzeados sempiternos, etc. Tudo merdas que nos asseveram que, de facto, não precisamos de estar sós e além disso "Tudo o que vi estou a partilhar contigo". Está bem está, jorge palma, longe vão os anos em que tocavas no metro de Paris, ou até podia ser outra cidade menos charmosa, e esquece lá aquilo do Jeremias fora-da-lei, já não enganas ninguém pá. Há uns anos (não tantos assim que ainda sou novo) fui a Leiria com um amigo porque ele tinha lá uma miúda e queria beijar-lhe as maminhas porque já o tinha feito e ela tinha-lhe deixado o convite feito para outras oportunidades. Acontece que, nessa noite, estávamos a passar por uma daquelas igrejas, neo-igrejas, e estava escrito assim "Pare de sofrer" e ele ( o que sobejava de uma metade do cérebro numa mama, outra metade na outra mama) diz assim "Eu cá substituía esta merda por "Aprenda a sofrer". Eu disse qualquer coisa muito menos importante, porque era aquilo que contava: aprenda a sofrer, e não pare de sofrer. Estou em crer que é esta falsa sensação de que, um dia, paramos de sofrer, que alimenta precisamente o sofrimento. Quando me formar já nã sofro. Quando tiver um(a) miúdo(a) já nã sofro. Quando comprar um computador já nã sofro. Quando souber qual vai ser o tempo amanhã sinto-me mais seguro. Se tiver acesso a todos os meus amigos através deste mono que é o telemóvel já nã sofro. Está bem está jorge palma.
Onde eu quero chegar é este apeadeiro: mas para que caralho precisamos de um GPS? Somos porventura carteiros sempre perdidos, à procura de uma rua ignota, que ninguém sabe precisar onde está? Mas para chegar a Vila Real de Trás-os-Montes e daí para Queimada eu não posso ir perguntando? Mas ninguém acha que é besta fazer o que uma maquinazinha nos diz para fazer?Ela é mais inteligente que eu? Se calhar até é, mas ao menos eu tenho mais barba! Da próxima vez que estiver no carro de alguém com um gps e aquela coisa infernal se puser a dar indicações "vire na próxima à esquerda, cem metros" pego na merdinha e mando com aquilo pela janela. Vivemos nesta redoma bonita, muito ikea, obscurecida de dentro para fora e, portanto, toda e qualquer sombra que apareça, mesmo de um ratinho, é automaticamente ou esculachada ou temida porque nos escapa ao controlo, à nossa imperiosa necessidade de encontrar um planalto solarengo que a gente já conheça de outras caminhadas "alberto, vamos por aqui que eu já conheço este caminho e esse não me cheira". Se em cem pessoas há um criminoso, vale mesmo a pena ficar em casa e não conhecer as outras 76? Sim, se essas pessoas forem da sic.  Além do mais, e como ouvi uma vez nos batanetes, as mulheres que andam pelos piores caminhos são as que andam melhor calçadas. Mas são as mais giras.

terça-feira, setembro 23

Le Temps Detruit Tous (II)

Tudo tem estilo. O tecto falso está pintado a preto, com um complexo sistema de iluminação. As paredes são cinzentas, o balcão metálico. A casa de banho tem um sistema desafiante de entrada. Peças de design que encontram uma nova vida penduradas nas paredes. As mesas e as cadeiras, os talheres e as chávenas de café são delicadas e estilizadas. As pessoas que frequentam o café tem todas um sentido estético apurado. As roupas são bonitas, nota-se uma preocupação com a harmonia, mesmo que esta desafine com as caras decadentes. Nas más colunas de som passa o disco “La Revancha del Tango” dos Gotam Project. Toda a gente tem Mac's brancos ou cinzentos, todos mastigam o código binário e em raros momentos exibem sorrisos néscios para os monitores. As raras conversas parecem-me cheias de conteúdo, mas muito vazias em sentido. Curiosamente, também cirandam sobre o tema do design: “...o artista X, um grande amigo meu, foi à minha mostra e mostrou-se interessadissimo no projecto... ou então numa espécie de paradigma de regresso às origens, de encontro ao verdadeiro eu: ...Estou em trânsito para Barcelona. Pá, Preciso de tirar esta Lisboa decadente dos poros. Acabei de vir da Índia.... As vidas são tão perfeitas e temos uma sensação falsa de intimidade. Enquanto folheio o jornal, o empregado Gay disponibiliza-se para atender o meu pedido. Recusando-me a ver a lista, distraidamente, peço uma sopa e uma água. A sopa é fria, gelada: um gaspacho de autor. Tento ingerir aquela mistela vermelha, mas parece-me que o meu esófogo se recusa a digerir esta merda de autor. Resta a água. Essa nunca nos trás surpresas....

Ir, hoje em dia, a um destes cafés na baixa é, mais ou menos, como encontrar uma ex-namorada e passar algum tempo com ela, por algum motivo que nos ultrapassa. Tentamos transmitir as nossas vidas cheios de estilo e de novidades, mas que por algum motivo falta conteúdo. E, no meia dessa frustração, acabamos por dourar as coisas como bonitas, como assépticas, mas no fundo, somos como betão cinzento escondido pelo tecto falso. Pequenas fortalezas emocionais que tapam todas as suas brechas e que se escoram no trivial e nas perguntas irritantes pelos amigos em comum ou pelas descrições das viagens para todos os lugares fantásticos que visitamos. Uma falsa sensação de uma intimidade, a falha em esconder a animosidade que ainda tentamos sentir. Esta mensagem pode ser sentida, mas aquela ponte que permitia o entendimento ruiu-se, exactamente no momento em que as nossas linhas imaginárias começaram a divergir. E, o resultado, é uma mistela que devido a algum saudosismo insistimos em tentar digerir, mas que não engana o estômago por muito tempo.

segunda-feira, setembro 22

Ainda sobre os jogos.

há um restaurante japonês em campo de ourique que, de facto, é chinês. vendem sushi e cenas, mas, de facto, são chineses que cortam mecanicamente os filetes de atum e salmão. mal se entra sente-se uma certa gordura no ar, entranha-se logo no cabelo. talvez alguém tenha escondido naquele momento um baralho de majong (teresa guilherme: o josé ganhou dez mil euros. o 4º nível tem menos perguntas é verdade, e vai ter de ser totalmente verdadeiro josé). De qualquer forma, eu sento-me, mas não há tempo para sentar, para aquela indecisão tão comum nos restaurantes portugueses quando se entra e se senta: vou lavar as mãos cláudia mas, se quiseres, vai pedindo. Aquela conversa de ocasião que faz de cunha para outras conversas, mais sérias, mais profundas, mais bebidas. Não há tempo para isso ali. Sento-me apenas para me levantar de seguida, com o prato na mão. Depois há aquela irritação comigo próprio por ter acedido e estar neste momento num restaurante que é obviamente, uma farsa, e está cheio de betos, casais deprimentes e colegas de trabalho. Por vezes estas três categorias aglomeradas. Todos de pratinho na mão, num afã desgraçado para tirar o mais possível de peças de comida. Bronzeados, bonitos. deprimentes. BOM, o jantar passa-se, a gente fala. "Temos sempre tanto assunto para debater". Rapazes, raparigas, linguagem, amor, ah, o amor. Confessamos-nos um ao outro, quando as cervejas começam a fazer efeito. Gostamos de exibir a nossa eloquência ao casal do lado; sabemos que estamos a divertir-nos muito mais que eles e isso dá um certo gozo que ainda alimenta mais a conversa. Fazemos de conta que somos mesmo adultos, mas quando esse sentimento começa a ser demasiado óbvio damos um arroto, a coisa desvanece-se, afinal somos novos, que alívio. Sou eu que pago, estou a dever-lhe dinheiro há que tempos. Entretanto olho para os cartões do restaurante, enquanto por trás do balcão descaradamente de bar e não de restaurante, cabeças perfeitamente tosquiadas se inclinam ao ritmo avassalador do nigiri. São trezentos, quatrocentos, sei lá quantos centos de cartões. O número de telefone tinha sido corrigido, à mão, no primeiro. Todos, TODOS, os cartões tinham o número corrigido, à mão
caralho.

domingo, setembro 21

Genial (Saudades de Casa)

Delírio

Fixo temerosamente uma luz muito azul que quando por mim olhada com atenção e vigilância aprumada, me parece completamente estática, mas se o sono me começa a transportar muito vagarosamente para caminhos mais oníricos, ela ganha uma espécie de movimento, adquire uma estranha capacidade sedução que me assusta e imobiliza dentro da obnubilação que me tranca na sua maldosa aparição. Quero parar de ver aquele azul que agora já não está no fundo do quarto mais sim mesmo junto ao meu olho, azul pálido, trémulo mas seguro de si próprio... Sou tão velho, tão velho... careca e cheio de ardil, magro e arrogante, ando à roda sob mim próprio, ando à roda na atmosfera, não há chão, rodopio, rodopio, tenho náuseas e quase que perco os sentidos, aterro, fico em pé e tenho dificuldades em equilibrar-me, espero, espero, acaba por passar aquela vertigem e já não há luz nenhuma. Não caí e sei que sou melhor que os outros velhos, sei que os vencerei. Vem um grito lá de fora, sob forma de uma negra químera, entra pela janela aberta e acerta-me nos ouvidos fazendo com que os mesmos ressoem um esgar de aflição. Descubro algo genial enquanto estou deitado na cama e os meus ouvidos latejam e sentem minúsculas variações de pressão na atmosfera. Tenho noção de uma qualquer genialidade, de um qualquer aforismo que me aportou durante a alucinação; sei que tenho passá-lo para o papel, aprisioná-lo para a eternidade através de letras e palavras elaboradas que iluminarão verdadeiras torrentes de seres humanos; sei que figurará no início e no final do meu livro, mas, não faço ideia do que seja, desapareceu por completo da minha mente quando a mesma resolveu despertar e voltar a esta normalidade, a esta lucidez que fica a milhas da profundidade daquele oráculo que em mim se revelou; seria a luz, aquela luz para onde agora volto a olhar, luz que tento amainar tapando-a com uma borracha translúcida que a conduz para um plástico geralmente incolor que agora parece ter um coração azul? Tudo acabou e eu fui ver um episódio da Liga de Cavalheiros. AHHHH, UM GRITO IMENSO E VIOLENTO QUE ASSOMA JUNTO À MINHA FACE, PROJECTA-A CONTRA A PAREDE E MESMO ANTES DE PERECER CONSIGO VER QUE O GRITO, O SOPRO, TEM CARA....

quinta-feira, setembro 18

Le Temps Detruit Tout

Quando ontem, escondido, dizia cobardemente para um ilustre amigo matar uma vespa que tinha entrado na sala onde apreciávamos cerveja e uma vista para uma cooperativa de habitação para ex-retornados, apercebi-me que, o spray que serve para aniquilar aqueles repugnantes insectos alados, cheira melhor que o meu desodorizante.

Foda-se, o RAID, alegadamente, não deveria cheirar às entranhas de um cadáver putrefacto cuja carne gangrenou, enquanto está a ser devorada pelas larvas de uma qualquer mosca necrófaga cujo dorso apresenta uma miríade de cores, sendo estas dependentes do ângulo em que incidimos a nossa visão.

São tempos estranhos aqueles em que vivemos!

sexta-feira, setembro 12

sem título

atirei uma pedrinha
à janela de meu bem
era para chamar a filha
mas parti os cornos à mãe.

segunda-feira, setembro 8

Carlos Cruz o Grande

O Carlos Cruz é o nosso melhor apresentador de televisão! Assevero sem qualquer inibição, porque é unânime, é de facto e de longe, o melhor. Mas o Carlos Cruz teve o fatal destino que é comum ao homem russo em devaneio alcoólico e também ao negro sulista norte-americano que pronto, devaneia sobre o efeito do álcool; sempre que penso no Carlos Cruz, mentalmente oiço aqueles blues sorumbáticos; imagino-o agarrado a um copo, emborcando quantidades paleativas de álcool enquanto fita os sapatos que nunca mais sairam da sombra nem ostentaram o brilho de uma graxa bem aplicada.
- Porque bebes tanto?
- É para matar as lombrigas.
Mais me custa quando todos aqueles apresentadores de trejeitos amaricados e potencialmente pedófilos, exibem a toda a hora as suas parafílias mal resolvidas e as suas maldicentes línguas viperinas fartas de sentir o sabor do esperma comprado; esses paneleiros que agora sairam do armário e revelam sem subterfúgios aquilo que esconderam durante décadas, esses hermans josés, gouchas, malatos, cabeças de melão, não te chegam aos calcanhares.
Cruz, estou contigo, apoio-te neste preciso momento em que desejas estar no pc a ver pornografia infantil, mas não podes... apoio-te nesse teu mundo de privações, nesse teu talento desaproveitado, na aflição que sentes ao veres os menos dotados a tomarem o teu lugar. Pá, ainda és o melhor!

sábado, setembro 6

Paralímpicos de Beleza

É impressão minha ou as equipas de ginástica artística dos Jogos Paralímpicos apenas participam nestes jogos porque são as alunas mais feias dos ginásios? Excepto as russas, claro. A Rússia tem um território tão vasto que se pode dar ao luxo de mandar as ginastas mais bonitas da Sibéria, para servir de equipa B à equipa principal. Bom… a Ucrânia também pode enviar as filhas de vítimas de Chernobyl. Vá, as mais bonitas são as italianas… E as chinesas são todas iguais…

Vou reformular a minha questão anterior: será que as equipas de ginástica artística dos Jogos Paralímpicos são mesmo paralímpicas? Esta questão só me poderá ser respondida pela senhora que comenta esta categoria na RTP. Aquela senhora de voz nasalada, que parece que o prédio do Casino Estoril lhe está a obstruir as fossas nasais, e que parece ter um orgasmo semelhante à implosão do Estoril Sol quando uma ginasta faz merda.

Hmmm… Como gostava de lhe dar com uma maça na cabeça, enquanto faço um Cheng Fei- Yurchenko, complementado por um Kasamatsu, rematando com um Tsukahara em cheio na fronte. Como é bela a ginástica artística…

quarta-feira, setembro 3

Mudmen - PF

Um fraternal abraço a todos aqueles que, entre dentes, cobardemente murmuram o nome de alguém que não aquela onde têm o pénis colocado.

"stop making sense"

estava hoje aqui, tomando o pequeno almoço antes de ir inspirar doses maciças de água sulfurosa, quando me apercebi do seguinte: os velhinhos não têm cara acabada de acordar! Aqueles olhos inchados que o pessoal mais novo ostenta quando é puxado da cama não importa a hora e que são indicativos, regra geral, de dormência morninha da cama mal digerida; aquela pele meio arrepelada, os gestos lentificados, tudo isso é irreconhecível na malta mais velha. O que me leva a concluir que ser velho é foda mas tem esta regalia: nunca ninguém sabe a que horas tu realmente te levantaste. Isto será importante? NInguém sabe, mas como estou num posto púbico de internét e está aqui uma senhora com uma farda azul e um balde vermelho a limpar o chão e que se chama Cristina e está a dar numa rádio escondida "I just can't get enough" e as moscas adejam no ar e eis que começa a dar finger tips e eu penso, ok, vou digerir a chanfana.

terça-feira, setembro 2

Sanidade Excessiva

A sanidade excessiva além de irritante, é uma grande treta, um elefante branco que ruma à subnutrição (quando acompanhada com o exercício físico regular, torna-se mesmo insuportável).
Está certo que a sanidade excessiva permite aos que a possuem, desenvolver relações amorosas onde chamam "mais que tudo" ao outro indivíduo com quem concubinam qualquer coisa; dá também azo a que se olhe de lado para aquelas pessoas com sentido de humor, mesmo quando eles próprios têm dificuldades de dicção ou um catarro permanentemente alojado nos fundilhos da garganta. A sanidade excessiva é que leva a produzir milhares de blogs iguais uns aos outros, com relatos corriqueiros e insípidos de momentos do quotidiano, acompanhados por uma música estupidamente lamechas que não passa de um refrão conseguido a custo enquanto um idiota pago a peso de ouro dá uma cagada no seu wc. A sanidade excessiva leva a que se gravem cd's da Brandy Carlile e que se consiga ouvir rádio horas a fio. Em suma, a sanidade excessiva, oprime-me a cada dia de trabalho, faz com que uma vulgaridade galopante invada todo aquele espaço partilhado e oprima qualquer fogo, mesmo que pálido, que teime em arder alimentado pela criatividade, pelas coisas sem sentido, pelas parvalheiras que se proferem para ajudar o ponteiro dos minutos a não ficar tão atrás do dos segundos... Mas para vós, excessivamente sãos, tudo o que fazem e que são, está certo, os outros, que falam de livros que vocês nunca leram e fazem piadas parvas, serão sempre aqueles doidinhos que mais tarde ou mais cedo, desaparecem rumo à sua inaptidão social e ouvem, muito mais tarde, falar do vosso suícidio ou internamento forçado.

segunda-feira, setembro 1

Humanete

A descentralização é global e verticalmente limitada, uma vez que a Sede delega funções às várias direcções, sendo que os Directores detêm grande parte do poder nas empresas. Esta limitação na descentralização é lógica, uma vez que, se houvesse uma total autonomia das empresas, ou seja, se o quadro de Directores das empresas detivesse o poder total, a Sede cessaria de existir, passando cada empresa a ser uma entidade independente.

A coordenação do trabalho assume uma configuração de Estandardização de Resultados. O Grupo propõe os objectivos mínimos em coordenação com as empresas, controlando os resultados das empresas duas vezes por ano. A autonomia na tomada de decisão e delineamento de métodos de trabalho é limitada, sendo também a Sede que controla e define as directrizes para o desempenho das funções.

A componente mais importante no Grupo é a linha hierárquica. Devido à relativa descentralização do Grupo resultante da sua estrutura, é necessário que haja uma linha hierárquica competente e qualificada. É a linha hierárquica que transporta a maior parte da informação e que detém a maior parte do poder nas empresas do Grupo. Desta forma, os quadros de Directores funcionam como representantes do topo estratégico em cada uma das empresas. Estes Gestores da linha hierárquica são escolhidos e nomeados pelo topo estratégico directamente, uma vez que o poder de tomada de decisão delegado nos mesmos lhes atribui grande peso em termos de complexidade e de responsabilidade do trabalho realizado.