terça-feira, abril 29

Spartan My Ass - A investida da manada persa continua

Eu não sei o que este espartano quer tentar dizer. Francamente, penso que os senhores que criam gadgets para por nos blogs e sites deveriam perder tempo em arranjar uma vida. É que o mal nem é pelos gadgets em si. Cada um faz o que quiser com o seu gadget. O problema aqui é que jovens imberbes, como o nosso já conhecido espartano, levam estes “testes” a sério.

Quase que imagino o nosso espartano… Feliz e contente a saltitar no pátio da escola, a mostrar os seus dotes atléticos às meninas a jogar à apanhada… Subitamente, o jogo acaba… Todos foram apanhados excepto o nosso espartano, que ganhou. Sente-se feliz por isso. Bebe água no chafariz de mármore onde o seu pai, em anos passados também bebeu a sua água depois de ser espancado, para tirar o sabor de sangue da boca. Senta-se a turma no chão do pátio, descansando de tal trabalho que é o de ser criança… Admiram o espartano, e este sente-o. Os jovens amigos sentem ambiguidade. As amigas, fogo no baixo ventre… Vivem felizes na inocência do que vai sair da boca do seu deus Apollo… Após algumas piadas, alguém se lembra de perguntar: “Oh espartano, então e o teu blog?” Pergunta inocente, resposta matreira: “Fodasse, puto, nem me digas nada! Fui a um site que diz qual o nível que é preciso ter para se ler o teu site. O meu disse que era preciso ser génio para o ler! Brutal, puto!”

Se o “puto” fosse “brutal”, dir-lhe-ia que se fosse foder, que aprendesse a falar e que esses sites/gadgets são tão fiáveis como o horóscopo da Maya ou o consultório sentimental da revista Maria. No entanto, o “puto” é tão “bruto” quanto o espartano e responde-lhe: “Brutal, puto! ‘Tás lá, puto!”

bolos regionais

uma pessoa, no correr dos dias, ás vezes pergunta-se: será que existe uma verdade universal, uma maneira necessária de fazer correr as coisas em que aquilo está certo mas isto está errado? toda a gente se pergunta sobre isto, mas a verdade é que é impossível convidar as pessoas para jantar num sábado à noite se se passar a vida a pensar neste género de coisa. Claro que ninguém já tem verdadeiramente paciência para discutir isto - em boa parte porque a vida não tem muito que ver com um romance e é impossível ter um diálogo daqueles que se lê nos livros. Ninguém nos levaria a sério. Talvez o Saramago.Então acho que a saída tem a ver com conversas desembargadoras de alfândega: futebol, o tempo, receitas de beringelas, porque acabam por ser essas conversas que nos aproximam, que dão aquela característica quentinha e confortável ás conversas. Isto tudo porque ontem estava a ouvir um casal à socapa. Ele era daqui de poortugal, ela devia de ser de um país qualquer tramado, parecia muito mais inteligente que ele. Dizia ele, sem nada que o adivinhasse "so, do you think about death?" ela, que deglutia uma dentadona de uma torrada e forçava aquilo para baixo com chá, teve de usar daquela característica muito feminil de quem sabe que o outro está caidinho por ela: ficou calada, caladíssima. de certeza que o gajo pensou "merda, para a acama esta já não vai". O orgulho intelectual deve veio à tona do azeite e o tipo calado ficou também. Entretanto retomaram a conversa. Começaram a falar sobre o chocolate do leite, ele fez uma piada, e eu perdi o interesse para ficar a olhar para três placas de plástico que diziam bolos regionais. Sem qualquer bolo por detrás. Bolos para amigos imaginários. Será que importa assim tanto aprofundar as conversas. Quer dizer, será que funciona. Quando um gajo se revela a outro, será que afinal o outro não estará a pensar antes "mas que maneira curiosa deste meu amigo abrir e fechar a boca, e que dentes benfeitinhos", apanhando só as linhas essenciais, que depois aproveita para também se revelar enquanto que o outro, por sua vez, pensa que é uma estupidez os dois estarem para ali a querer enganar-se mutuamente quando o que querem dizer é "que bom eu poder reduzir esta distância entre ti e mim, anda masé daí beber um imperial". Talvez seja por isso que as bebedeiras são importantes e catárticas; cada palavra adquire o significado essencial, cada frase tem um poder fulgurante. Afinal somos tão parecidos, tu e eu, anda cá, da.me um abraço, sempre gostei de ti, mas não to disse meu amigo. porra, não me estou a sentir muito bem

segunda-feira, abril 28

A descida aos infernos e a redenção

Por motivos de força maior, fui obrigado a usar a carreira da noite da Carris. Nesta carreira de serviço público, às 4:34, a fauna, o odor e o espectáculo visual são, em conjunto, dignos das melhores valas comuns ou massacres preconizada/os pelos rebeldes do Ruanda ou os Khmeres vermelhos de Pol Pot.

A fauna em si parece retirada de um auto da barca do inferno revisitado, com a representação de todas as tribos urbanas e da noite. Uma compacta estação do campo grande em hora de ponta. Todas as personagens partilham apenas um elo em comum - o sarro das noites. Temos os metaleiros, os góticos, os indigentes, os mitras, as gajas do reggaeton, os luso-africanos, as brasileiras, os velhos, os trabalhadores, os luso indianos, os gajos do hip-hop, os gajos do tunning, a gaja com uma dentição a fazer lembrar personagens que nos foram familiares em tempos, os presumíveis toxicodependentes, etc…. Até chegarmos ao condutor (piloto) da Carris. De aparência, parece normal, a não ser a veia de Fangio frustrada. Compreendo. Já deve ser a quarta corrida e, logicamente, o quarto espectáculo de terror que, com mester, conduz.

Temos pessoas a dormir, muitas bêbadas, o telemóvel a berrar kizomba/funaná/batida na traseira do autocarro, as conversas em tom alto e sem sentido, os olhares sem chama de quem necessita fazer um reboot ao sistema. Por esta noite, claramente, Esmegma abandonou estas almas.

A essência que envenena o ar é o binómio hiperidrose/álcool, pincelada, aqui e ali, por uns laivos de halitose. Posso afirmar com confiança estatística que, estes traços conferem tanta profundidade à ofensa nasal, se devem ao gesto involuntário dos movimentos retro-peristálticos que antecedem as golfadas de vómito (este facto torna-se particularmente interessante (p. ex: um estudo mais aprofundado), pois permite-nos explorar o percurso gastronómico do sujeito, na noite em causa).

Perscrutando ao meu redor e já com a atenuante do álcool, aquele autocarro é um erro de casting formidável. Um enorme borrão, alicerçado numa tremenda ironia do destino e do acaso.

A descida aos infernos

Estaria a mentir, se escrevesse que não antecipava alguma bizarria dentro deste surrealismo popular, inerentemente, genuíno. No entanto, jamais cogitei que a estocada viesse do grupo no qual, supostamente, me poderia mais facilmente integrar. Os metaleiros que povoavam o lado direito do meu campo de visão.

Quando entrei no autocarro, reparei logo na interlocução ilógica do supracitado grupo. Pairava entre a piada má e a piada péssima. O futuro agressor era um metaleiro caucasiano da velha guarda. T-shirt de uma banda obscura cujo símbolo era imperceptível, cabelo comprido, sinais evidentes de alopécia no escalpe, barriga proeminente e barba comprida. Destacava-se dos restantes, pois debitava os piores gracejos dentro da amplitude de comicidade medíocre daquele grupo.

Aguardou a sua paragem de saída, e numa postura de clara hostilidade guerrilheira e gratuita, lançou: “SE OS PORCOS TÊM 4 PATAS, DONDE VEM O FIAMBRE DA PERNA EXTRA?”. Riso boçal. Náuseas, disfarçadas de risos amarelentos. Silêncio, só se ouve o zouk pestilento do telemóvel na traseira do autocarro. “FODA-SE, CARALHO, QUE É ISTO!?”, penso, com os olhos marejados e o intestino delgado num nó. “Nota Mental: Eliminar estes últimos 6 segundos da minha vida”. “FODA-SE!” Não consigo…

A Redenção

Edward Lorenz, no início da formulação da teoria do Caos, analisou o efeito borboleta. Este autor, preconiza que o bater de asas de uma borboleta pode influenciar e/ou provocar a ocorrência de catástrofe natural do outro lado do mundo. Depois desta hecatombe, desta tempestade de areia que explodiu nos meus ouvidos e comprometeu as minhas futuras refeições, tinha esperança que o efeito borboleta funcionasse inversamente, ou seja que, por algum mecanismo divino de compensação, pelo menos, algo de inofensivo acontecesse.

Tive o que esperava. A dobrar, a triplicar. O reparo aconteceu, quase, na sequência da anterior ofensa vil e torpe, como se estivessem intimamente ligadas não por uma mera justaposição causal, mas devido a um entrosamento ou afinidade cósmica.

Após a ocorrência do triste episódio, entrou um grupo no autocarro, bastante suis generis. Pareciam vindos directamente da Terra Média, concretamente da terra negra de Mordor. Sem dúvida, Orcs que habitavam os recônditos das catacumbas da fortaleza de Barad-dûr suburbana. Este grupo era composto por 5 espécimes, sendo que dentro do grupo estavam formados 2 casais. O quinto elemento era uma mulher só de género, porque a sua face era indecifrável e indescritível, tinha pouca dentição e a que tinha era de um breu infernal. O hálito era viperino, pestilento e diabólico. O corpo era menos imperceptível, mais adequado com o seu género, embora também tivesse as suas limitações. Tinha por volta dos 36 anos de idade, mas parecia dever anos ao sistema nacional de saúde.

Esta senhora, mal entrou, detectou um indivíduo crossover (tribo reggaeton/tunning), mangas cavas, crista e mullet, sentado exactamente na minha frente. Ela sentou-se, insistindo tomar o lugar da janela, ao que o homem anui favoravelmente, resignando-se à coxia. Mal fez o gesto para passar pelo rapaz, alimenta as suas garras com as nádegas deste. Este, embora, indignado com a situação resolve ignorar os avanços da mulher-orc. Passados 2 minutos, com as paredes vaginais húmidas, a mulher torna a deleitar-se com o apalpão de glúteo do incrédulo rapaz. Como se não bastasse, tenta-lhe roubar um beijo com os seus lábios de zombie. O alvo de tamanha ofensiva indigna-se e foge para o meio do autocarro, logo perseguido pela hiena. Esta cerca-o, alcançando o seu rabo mais uma vez, ao mesmo tempo que balbucia “parece que as cervejas me subiram à cabeça”. Apesar de a sua vida estar a andar na direcção inversa, de repente iluminou-se uma réstia de esperança no seu rosto. As redondezas pareciam-lhe familiares, significava que estaria a chegar a sua paragem, a distância que o separava do automático esquecimento. Com um grande jogo de cintura, livra-se da orc, não sem antes sofrer as consequências da sua ousadia. Visivelmente com o ego em baixo, resigna-se e sente-se violado, dirige-se para a porta e desce apressado o degrau que lhe promete a liberdade. Subitamente, sente a vida novamente a fluir. Observa as portas que se fecham atrás de si e num último momento segura-as e grita para dentro do autocarro, num tom de voz bronco: “FODA-SE! TEM IDADE PARA SER MINHA MÃE E ANDA-ME AQUI A APALPAR O CU”. A sua honra está reparada. Silêncio. De repente uma gargalhada geral, cúmplice e subversiva. Escusado será dizer que a senhora desapareceu, ainda que o seu espectro aziago pairasse naquele autocarro por mais algumas paragens. Eu tive a minha redenção, a azia passou e o universo restabeleceu a sua ordem.

domingo, abril 27

2008, algures nesta cidade...

Os seres humanos fumados

No início era o verbo. Logo a seguir, Esmegma potenciou o livre arbítrio para que se criassem todas as coisas boas: As Baratas, o Reggaeton, o Tunning, os Delfins, o David Fonseca a solo, os livros da Margarida Rebelo Pinto, o Crime do Padre Amaro (série de televisão), o blogue Spartan by Heart, a página do HI5 da Vânia Pardal, as cotoveladas para vincar uma posição, a frase “o que é o comer?” e o “ãhnnn!?”seguido de uma pausa a meio da articulação de uma frase.

Aborrecido com os resultados, resolveu fazer uma jam session com os elementos. Partiu do Homem e criou o campo. No seu estirador, desenhou as tendas de campanha da Camping Gaz , os burros e os cavalos anorécticos e esfomeados. Desenvolveu os carros com matrícula espanhola (sempre da cidade de Ourense), invariavelmente, tractores de uma roulotte com parabólica no tejadilho. Criou o racismo, o preconceito e a ameaça de justiça popular. As vendetas, caçadeiras de canos serrados artesanais, facas, a venda de ouro branco e o comércio de contrafacção nas feiras.

Apesar da grande orquestração desta sopa primitiva, Esmegma sentiu que o seu trabalho ainda não estava completo. Decidiu juntar esta tribo à volta de uma fogueira de pneus queimados, para que perpetuassem as suas orgulhosas estórias aos mais petizes. Milagrosamente, graças às labaredas, ao fumo e à fuligem, adquiriram uma tez e cheiro muito característicos. Tomando consciência da beleza do acaso, Esmegma complementou e eliminou da sua cognição os conceitos "água" e "higiene pessoal". Surgiram assim, os primeiros seres humanos fumados.

Esmegma contemplou a sua obra e sorriu. E os ciganos nasceram.

sexta-feira, abril 25

Literatura erótica para térmitas

O óleo de cedro Pronto penetra em profundidade soltando a sujidade, para renovar a cor e o brilho da madeira. A sua fórmula contém ingredientes que nutrem e restauram a madeira, criando uma película contra o desgaste causado pelo ressequimento e pela humidade em móveis de estilo, tratados, envernizados, antiguidados, e em superfícies de madeira por tratar, lacada ou polida ou com vernizes especiais, deve-se testar o produto numa pequena área não visível antes de utilizar.

Modo de usar...brevemente.

Rastilho fátuo

Vagueio em matilha pela noite absurda. Sinto um resplandecente reflexo na representação simplista dos meus sentidos. Busco, incansável, a origem do esplendor. O ruído visual esquiva-me do meu objecto procurado. Quero alcançar a estrela que alva na minha direcção. Nada encontro na turbulência dos sentidos direccionados para o telos da existência presente.

Vagueio, soturno. Receio perder o rasto de esperança que me prende à continuação da prole. O oceano de Hokusaki afasta-me a cada gole. Extingo o que resta da inutilidade em mim. Tomo a resolução última de normatizar-me.

Sem querer, sou invadido pela luz que anteriormente me encarrilou a vontade. Sigo, sedento de respostas o estímulo. Invade-me um sentimento que tardou. Tudo o que o reflexo era se resume aos ombros de um espectro seco da aragem da margem sul, envergando vestes com mangas cavas. A percepção enganatória de um esquisso humano fez crescer em mim o desejo de progressão e evolução. Tão reles é a percepção com lentes de álcool.

Sobre nada

Hoje quando acordei sabia que iria a mais uma entrevista de emprego estéril e inconsequente. Sentei-me na minha cama e fiz um exercício: encontrar a lembrança de quando tinha tido um dia em que realmente senti. Aparentemente, não encontrei nada relevante no local para onde vou quando, pedantemente, sinto que o que me rodeia são apenas bocas, lábios, músculos e mandíbulas disformes que se movem, que se esforçam, ao mesmo tempo que soltam e desenham matrizes indecifráveis para futuras réplicas daqueles encontros fugazes e incómodos, que se pudesse evitava. Com a confiança de momentos guardados e venerados, encontrei 3 fragmentos parados no tempo, passados num daqueles sábados, que empurraram uma sexta-feira traída por uma quinta e por aí em diante, como se os dias se encostassem, encarreirados em filas indianas invisíveis e inaudíveis, todos conscientes do curto ciclo de vida, da perfídia do seu predecessor, do gesto sorrateiro e cobarde sob a concordância voraz e cúmplice das noites, da glacial e imparável punhalada, da doce incisão fatal mascarada de sorriso estilizado. E do badalar final do pêndulo frio de um relógio pintado com o vermelho de mais um dia condenado. O dia morreu, é já meia-noite. Falhei. Ao mesmo tempo, cumpri o meu destino.

Fecho os olhos. Estática. Milhares de pontos no ecrã convexo de uma Grundig antiga cinzenta. O som continua disperso pela sala, ecoando por entre o frio que a noite trouxe a toda a casa, indiferente à atenção que já não lhe dou. As imagens estatelam-se ao embater contra as pálpebras que me protegem os sonhos, esses pequenos contos por onde agora a minha alma se entretém enquanto o corpo, quieto, vulnerável, espera docilmente que o raiar do próximo dia me desperte. “Adormeci de novo na sala”, é a desajeitada consciência que na sua forma mais aflita me invade o conto mesmo a segundos do fim da queda daquele prédio de onde estou a cair há tanto tempo. Acordei.

quinta-feira, abril 24

O nome de deus

Se deus existisse, teria um nome. Esse nome seria Esmegma.

As Palavras de que Gosto

Langonha. (Se quiserem saber o significado, vão ao dicionário. No entanto, escrevo esta palavra aqui no seu sentido vulgar/popular. Quer dizer, independentemente do significado, langonha é uma palavra bué da boa...)

quinta-feira, abril 17

As Palavras de que Gosto

Bacalhoeiro.

terça-feira, abril 15

As Palavras de que Gosto

Gregário.

segunda-feira, abril 14

Frágil

Não sei bem que escrever agora, neste momento de profunda diluição mental, onde tento a todo o custo centrar-me num irrealista objectivo literário, dada a escassez do meu talento, dada a vital importância daquilo que eu sinto para a subsistência das minhas putrefactas palavras. Gostava de poder inventar, escrever para além de mim, do meu decrépito âmago, mas, não, não consigo, tudo o que ejaculo é uma reverberação do meu sofrível e ignóbil intelecto. MORTE À VÂNIA PARDAL! Tomo o pequeno almoço no carro enquanto conduzo e escrevo dezasseis por extenso, é nisso que penso, é o que me recordo e dá-me um aperto no estômago por assim ser, e por dizer que "dá um aperto no estômago", ser sempre um acrescento no que a palavras estéreis concerne. Oiço a Echoes de Pink Floyd e troco um par de irritantes frases de conveniência com alguém do passado que não merece a minha consideração. Meto a música de início quando chega aquela parte do meio, demasiado progressiva e sonoramente dispensável. E pronto, soltei um flato. Não tenho nada de interessante para escrever, nem mesmo para dizer, como numa daquelas noites em que estamos todos juntos, onde brilhamos, primeiro um, depois o outro, por aí fora, enriquecendo os minutos nocturnos que nos ouvem com admiração e se riem das bravatas parvas que correm sem parar e saem da nossa cassete preferida, a da miséria, a dos tipos perdidos que não conseguem sentir, que... trocam olhares cúmplices e nada precisam de dizer, de considerar, sabem tudo, porra, é tudo tão óbvio, é claro que a vida nada mais tem para nos dar que nós próprios. Escrevo esta merda para vocês porque vos amo, meus miseráveis, meus depressivos camuflados de tipos cultos e inteligentes, que sofrem em silêncio e presenteiam os demais com um cortante sentido de humor que premeia e culpa todos, sem excepções, porque pá, NÃO HÁ VACAS SAGRADAS. FODA-SE!

sexta-feira, abril 11

Gosto de palavras

Vou encetar aqui uma rubrica intitulada "As Palavras que Gosto". Sem mais justificações, inicio desde já esta senda: RÚBRICA. É uma palavra aprazível. Muito conotada com programas de variedades, esta palavra já andou na boca de meio mundo. E eu gosto dela. Só porque é o primeiro, vou mostrar uma segunda palavra: BERBIGÃO. Só porque sim. É bonita a palavra, e o animal é saboroso.

quinta-feira, abril 10

Spartan my ass

Desgostoso por ter de fazer publicidade a tal indivíduo para o gozar, venho falar-vos de um blog chamado "Spartan by Heart".
Bem, posso já começar pelo nome: Spartan by Heart. O que é que se pode dizer de alguém que intitula um blog desta forma? Talvez seja apenas um jovem adulto preso a uma adolescência tardia, que ficou fascinado com a história (mal) contada por Frank Miller no filme (que só interessa pelas cenas de batalha) "300". Pode ser que sim. Até porque, se indagarmos os jovens adultos que viram o filme, quase nenhum é capaz de resistir a uma segunda ou terceira visualização, mesmo que tenham achado o filme mais merdoso de sempre. É magnético. No entanto, não é suficiente para um jovem adulto se auto-intitular (sim, porque um título de um I é uma projecção da sua identidade) Espartano pelo Coração. Outra hipótese para o título é o facto de, após ver o já mencionado filme, o nosso espartano ter tomado o arquétipo de Leónidas como sua figura masculina de referência, visto o seu pai ser um banana que sucumbe à vigorosa voz estridente da mãe espartana. Plausível.
Outro aspecto que me faz espécie é o nome que o nosso espartano adoptou para assinar os posts: Tyler Durden. Para quem não sabe quem é Tyler Durden, o Tio Frutinhas vai explicar: é a personagem interpretada por Brad Pitt no filme "Fight Club". Para quem não viu o filme, vá pesquisar que eu não vou explicar aqui. Para quem viu, consegue compreender o que vou dizer a seguir: o nosso espartano adoptou uma segunda identidade para escrever no seu blog. Identidade essa que, pelos vistos, é duplamente ficcional. Porquê? É simples, meus filhos. Para além de ser uma personagem de um filme, é uma personagem imaginária, ou seja, é produto de uma clivagem na personalidade de outra personagem. Isto interpretado à luz de uma mente louca, pode querer dizer que o nosso espartano tem problemas de auto-estima. Aliado à atribuição do nome do blog, a coincidência é atroz. Toma o modelo espartano por referência, e em seguida adopta o nome de uma personagem forte e desafidora dos padrões sociais actuais. Meu caro espartano, se precisares de desabafar alguma coisa, podes contar com o Tio Frutinhas.
(Fazendo uma ressalva de uma possível crítica a este post, desde já afirmo que o exsanguinador Anton Chigurh, colaborador neste blog, é uma criatura perturbada, logo, não há interpretação possível para a sua escolha de nome para figurar nos seus posts. Mas o melhor será deixar o Anton, Tone para os amigos, defender-se.)
Bom, já peguei em dois parâmetros dignos de escárnio do dito blog. Muitos outros pormenores serão bons alvos. Como por exemplo, o facto de citar o hi5 de alguém ("Já não sabem que o amor acontece e pronto,não avisa.(Frase retirada do hi5 da Ana)"), ainda por cima referente a um assunto extremamente gay: o amor. Toda a gente sabe (excepto alguns espartanos iludidos e pitas que gostam dos Morangos com Açúcar) que o amor é como o Pai Natal: balofo, vermelho (no entanto, representado por um coração anatomicamente incorrecto) e inexistente.
Brevemente, meus caros, o Tio Frutinhas irá dissertar mais acerca deste blog.
Até lá, um abraço e beijinhos grandes. Sim, beijinhos grandes. (Chigurh, não sei se reparaste, mas isto é uma dica para tu dissertares acerca do beijinho grande. Só se quiseres, como é óbvio. Aqui quem é obrigado a algo são as vacas, e essas são obrigadas a morrer.)