sexta-feira, abril 25

Rastilho fátuo

Vagueio em matilha pela noite absurda. Sinto um resplandecente reflexo na representação simplista dos meus sentidos. Busco, incansável, a origem do esplendor. O ruído visual esquiva-me do meu objecto procurado. Quero alcançar a estrela que alva na minha direcção. Nada encontro na turbulência dos sentidos direccionados para o telos da existência presente.

Vagueio, soturno. Receio perder o rasto de esperança que me prende à continuação da prole. O oceano de Hokusaki afasta-me a cada gole. Extingo o que resta da inutilidade em mim. Tomo a resolução última de normatizar-me.

Sem querer, sou invadido pela luz que anteriormente me encarrilou a vontade. Sigo, sedento de respostas o estímulo. Invade-me um sentimento que tardou. Tudo o que o reflexo era se resume aos ombros de um espectro seco da aragem da margem sul, envergando vestes com mangas cavas. A percepção enganatória de um esquisso humano fez crescer em mim o desejo de progressão e evolução. Tão reles é a percepção com lentes de álcool.

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