sexta-feira, setembro 25

Cantina velha, 24 SET 09, 19:30.

As gajas da tuna (chamo-as de gajas porque dado o seu comportamento, presumo que seja assim que gostem de ser chamadas) cirandam por aqui de forma pateta com os seus instrumentos e trajes onde despontam impreterivelmente as malhas nas meias; dá-me a ideia que elas não sabem tocar os instrumentos, ou sabem mas assim uma coisa muito pedante, ao estilo de um bate-chapas zarolho a querer ser mecânico. Elas teatralizam tudo, desde as interacções com as pessoas que conhecem e que são as suas amigas, até aos comportamentos que em voz alta têm para os outros verem e ouvirem. É assim uma espécie de revista onde a brejeirice que no resto do ano apenas veicula momentos de depressivo onanismo, se solta e polui mais o ambiente que as chaminés da siderurgia nacional. Mesmo entre elas, não falam, guincham! e o guinchar está cheio de fonemas com trago a bagaço, dá a ideia delas gostarem de foder por terem voz de bagaço, (heurística?) ou como diz uma muito respeitosa pessoa, dá a ideia de podermos levar a garrafa de whisky para a cama, o que é muito apelativo se gostarmos de beber. E quando pensamos que já nos habituámos e elas próprias amainam com a comida a entrar na cavidade bocal com dentes desarranjados, chega a tipa gorda, a que investe mais e grita: «vou por azeite e vinagre nesta merda... e alho, hahahaha». Depois volta e trata mesmo mal a caloira da tuna, ordena-lhe um par de coisas sem sentido e desconfio que lhe olha para o contorno do torso e passa-me pela cabeça que as gajas gordas e feias são todas sapatonas. Eu penso em dizer-lhes qualquer coisa, mas não chego a fazê-lo, mas chego àquele ponto em que a expectativa de fazer é tanta, em que engano o meu corpo e ele, ingénuo, segrega adrenalina por pensar que vou agir, coitado... Excita-me para nada, enrijece-me para nada, depois, lentamente, volta à realidade e esmorece à medida que as gajas da tuna se vão rindo sem prazer e continuando a sua revista de maledicência e frivolidade

2 comentários:

Anónimo disse...

ias dizer-lhes o quê?

Nada disse...

Que tinha vontade de urinar para cima delas e depois estender-me ao comprido numa daquelas mesas de pedra e ficar a contemplar a lua com a minha cognição que pelos vistos funciona com um programa muito especial.