sábado, novembro 6

Animal

É uma besta aguerrida e que sem saber, sabe o que quer. É determinado, vil e sexual.
Não que me meta medo, não que me assuste com as suas feromonas e instintos torpes. Eu encaro o animal sem qualquer receio e desfaço-o sem qualquer espécie de piedade, seja com palavras ou com os braços, desfaço-o, sempre.
O animal despreza-nos, a nós, irmãos, tal como nós o desprezamos, tal a sua repugnância, ausência de valores e vivência demasiada instintiva mas desprovida de visceralidade.
Ele passa com a sua música quadrada e desconcertante para qualquer um de nós. Traz a sua bebedeira pungente e a marca de uma sarjeta ou de uma escarra que a cidade por vingança, lhe lançou, mas, que lhe importa, que o incomoda? Sabe o que quer e como guerreiro que é, vai directo ao assunto, vai ter contigo que lhe dizes que não mas, só fica mais forte e vira-se para outro lado, porque funciona a 360º e lança outra vez uma pícara frase de engate interrompida a meio por um arroto aziago. Pois é, vomita-se todo e, mais forte fica, outra vez, até ao fim da juventude...
«Que grávida mais bonita» Sê mais animal, irmão.

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