segunda-feira, fevereiro 9

Estou tão desinspirado... Acreditem, até faço força para obter uma qualquer inspiração - quem se lixa são as hemorróidas. Consigo uma frase ou outra, uma rima por acaso que me desmoraliza, um pensamento menos banal, inúmeras razões para estar assim, infértil, mas, fico pelos preâmbulos de tudo, nada desenvolvo, nada passa para lá daquela vulgaridade decente, muito publicável mas sem a coisa que no fundo procuramos, a coisa que nos prende a nós próprios, a palavras que extraímos do nosso frasco sem rótulo. E não, não acho o livro dela tão mau como vós apregoais, parece-me sincero, igual a ela própria. Limitado, pois claro, mas com as mesmas limitações que a pessoa em causa tem, não são limitações ligadas ao pedantismo, ao diletantismo. Ok, não consegui ler mais que uma página, porque aquela treta irritava-me mesmo, a lamechice vai-me para a laringe e sufoca-me. Mas é honesto, superficial, como as coisas são nos dias de hoje, superficial pintado de profundo, uma superficialidade pretensiosa que confunde o que sentimos, as nossas desilusões, as nossas idiotices e trivialidades, com os problemas do mundo, as dúvidas, o existencialismo.

1 comentário:

Homem da Fruta disse...

Lê tudo até ao fim. Acho que vais mudar de opinião. Quando li isso, pareceu-me estar a ler algo escrito por uma Floribella que quer sentir luxúria, mas não pode. Parece também um conto de fadas, com comparações fantasiosas "à la Walt Disney", completamente desfasada da realidade. O que ainda irrita mais é o facto de essa escrita pueril e ofensiva (pelo menos para mim) se presumir publicável. Fodasse, se tu ainda não foste publicado, achas que esse pedaço de excremento intelectual retirado de umas páginas do diário de um Adrien Mole tardio e ainda mais estéril serão publicadas? E ainda mais, têm qualidade? Não argumento a sua idiossincrasia, mas fodasse, não tem ponta por onde se lhe pegue.