No início era o verbo. Logo a seguir, Esmegma potenciou o livre arbítrio para que se criassem todas as coisas boas: As Baratas, o Reggaeton, o Tunning, os Delfins, o David Fonseca a solo, os livros da Margarida Rebelo Pinto, o Crime do Padre Amaro (série de televisão), o blogue Spartan by Heart, a página do HI5 da Vânia Pardal, as cotoveladas para vincar uma posição, a frase “o que é o comer?” e o “ãhnnn!?”seguido de uma pausa a meio da articulação de uma frase.
Aborrecido com os resultados, resolveu fazer uma jam session com os elementos. Partiu do Homem e criou o campo. No seu estirador, desenhou as tendas de campanha da Camping Gaz , os burros e os cavalos anorécticos e esfomeados. Desenvolveu os carros com matrícula espanhola (sempre da cidade de Ourense), invariavelmente, tractores de uma roulotte com parabólica no tejadilho. Criou o racismo, o preconceito e a ameaça de justiça popular. As vendetas, caçadeiras de canos serrados artesanais, facas, a venda de ouro branco e o comércio de contrafacção nas feiras.
Apesar da grande orquestração desta sopa primitiva, Esmegma sentiu que o seu trabalho ainda não estava completo. Decidiu juntar esta tribo à volta de uma fogueira de pneus queimados, para que perpetuassem as suas orgulhosas estórias aos mais petizes. Milagrosamente, graças às labaredas, ao fumo e à fuligem, adquiriram uma tez e cheiro muito característicos. Tomando consciência da beleza do acaso, Esmegma complementou e eliminou da sua cognição os conceitos "água" e "higiene pessoal". Surgiram assim, os primeiros seres humanos fumados.
Esmegma contemplou a sua obra e sorriu. E os ciganos nasceram.
3 comentários:
Não... há... palavras...
Caro Chigurh, podias ser considerado o Moisés da nova religião/estrutura mística dos humanos fumados.
Outra questão... Quando um cigano se chama Ramon, será Ramon ou Jamon?
Sempre que leio isto, rio-me imenso e sinto a premência de controlar o esfincter, para que não saia uma espécie de caganita de cabra pelo meu ânus.
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