domingo, maio 11

FODA-SE PARA ESSAS LINHAS COR-DE-ROSA, VAZIAS E OCAS. DESAPARECE MAIS ESSA TUA MORAL ARRANCADA A FERROS DE UMA REVISTA DE AUTO-AJUDA:

Estamos a entrar num estado de alguma pureza, refinação... suspiro, suspiro, suspiro... Apreciamos o degredo da vida, do pequeno acaso, das grandes e óbvias coisas que têm indigência como nome do meio, apreciamos o degredo pungente do adolescente com o cio que se assassina a cada acto durante as regadas a álcool, noites e madrugadas lisboetas. Apreciamos o degredo dos actos de maldavez, da prostituição das perdidas e disformes massas corpóreas que habitam esquinas fedorentas de onde expulsaram cães e gatos e roedores com lepra. Apreciamos o degredo dos ossos a estalar e do som de uma escarra com muco verde a ser projectada uns cinco metros para fora da boca. Apreciamos o degredo das pessoas que usam calçado ridículo, apreciamos muito, adoramos, usufruimos, absorvemos, vivemos, morremos... Mas já não apreciamos o degredo da mesquinhez pequenina de tipas de classe média alta que metem frases irritantes no MSN escritas a cor-de-rosa e dão demasiados erros ortográficos ao produzirem infertilidade presunçosa. TEMOS PENA CARALHO. Tanta pena como elas de nós têm - perdidos incapazes de um sorriso, perdidos que não sentem para lá da erecção, que não desobedecem a vontades fora do próprio ser, carnívoro e necrófago. Obrigado decadência. Obrigado por esta alma maculada e carcomida por tanto sofrimento que ao entrar no turbilhão aqui de dentro, se torna inócuo e inerte e me conduz para aquela apatia da treta que me leva a proferir insipiências como, não me importo e não quero saber, não sinto nada.

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