sábado, maio 3

Se fosses minha irmã, matava-me no crepúsculo, no parque, naquele canto onde o odor a urina de gato e a fezes de cão é mais concentrado.

Oiço o novo álbum de Opeth e fantasio com a morte da Vânia Pardal... pois, nada de novo, nada de nada... O dia encobre-se com as cortinas brancas que às vezes estão mais sujas e adquirem uma tonalidade mais pardacenta e, penso em ti, MORTE! Talvez eu deva morrer... Ela está aqui na casa ao lado, semi-nua e a masturbar-se com um vegetal qualquer que por morbilidade da facínora já referida, adquiriu uma complexização do sistema sensorial e sente todas as vilosidades das entranhas da harpia. A sua amiga assiste maravilhada, com seus dentes projectados para o exterior e sua inteligência subdesenvolvida que torna o escatológico muito interessante para a sua amorfa mente. Oiço-lhe os gemidos, que recordam uma chaleira ao lume a piar incessantemente. Posso estar a enlouquecer, perto do meu final, mas sinto o odor vaginal da besta, aquele bafio conservado durante meses de humidade, meses em que a roupa interior não foi mudada, merda, entranha-se aqui no quarto... É preciso um herói, alguém que enfrente a besta, alguém que não fique intimidado com a sua desproporcionalidade, alguém que não tema a oculete... O último que tentou, era musculado e ficou para sempre preso na terrífica masmorra da sua casa, agora, sofre de apneia constante e deseja a morte.

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