quinta-feira, dezembro 24
Mensagem de Natal
segunda-feira, dezembro 21
Sem título
sábado, dezembro 19
Perspectivas
Andando pela Feira da Ladra, desbravando aquela micro-economia de mercado, ouvi o seguinte breve diálogo:
Senhora – “Quanto custa o colar ?”
Homem – “ 1 euro”, responde friamente.
S – “ Hum, ofereço-lhe 50 cêntimos…”
H – “ Não minha senhora, o preço é 1 euro “
S – “ Por esse colar não lhe ofereço mais do que 50 cêntimos “
H – “ Não minha senhora “
Ele, com aquela ponta de ódio que serve de interlocutor às relações vendedor-comprador nesta feira, e, aproveitando o facto da senhora ter iniciado a marcha para outras bancas, lança para o ar, com uma ponta de veneno:
H – “ Isso é que era, 50 cêntimos, hoje em dia, nem para um café chegam “
Sentindo o peso da mensagem, a senhora inverte a sua marcha, dirige-se ao vendedor e diz-lhe:
S – “ 50 cêntimos não chegam para um café, é certo! Mas sabe para que chegam? Para um quilo de arroz. E, ainda lhe digo mais: – Um quilo de arroz de tomates dá para cerca de 10 refeições.”
e ainda acrescenta, perante um vendedor silencioso:
S - “Sabe, tem piada… às coisas, a que as pessoas dão valor hoje em dia.”
domingo, dezembro 13
domingo, dezembro 6
Convite
quinta-feira, novembro 26
Mito
“Santana à Canzana” reivindica um graffiti numa das travessas desta cidade, que me faz sempre sorrir, não tanto pela mensagem anacrónica, mas pela rima e pelo jogo de palavras. Também confesso, gosto da palavra canzana, especialmente quando dita por um grande amigo meu no seu sotaque carregado da nossa cidade invicta.
Consigo me transpor para aquela tarde de inicio de Verão, como viramos uma vez uma lancha na rebentação atlântica da praia da Sacor, miraculosamente, não acertando nas rochas daquela praia de Leça. Tudo isto, porque uma das nossas amigas, campeã de natação, ao subir para a lancha perdeu o soutien e nós ficamos perdidos naquele impressionante par de mamas. Um dia fomos comprar um maço de tabaco a Espanha de mota, e pelo meio predar aquela rapariga provinciana, inocente de Mirandela, só porque sim! Como naquela vez que fomos acampar para a praia de Santa Cruz com umas amigas. Estávamos todos a dormir ao relento, sacos camas justapostos paralelamente, e tu, no centro daquela espécie de código de barras, começas a comer uma gaja, aquela que tinha uns dentes horrorosos, mas era muito bem feitinha, e ninguém se descoseu dali. Como tu, um analfabeto informático, aprendeste a mexer em computadores no advento da internet telefónica, tudo porque um dia te mostrei o mIRC, e tu detectaste aí uma fonte inesgotável de quecas fáceis. Lembraste, quando combinaste e concretizaste com uma rapariga para uma tarde de sexo em Lisboa, tudo isto sem conversa, apenas por mensagens escritas, sendo ela, das melhores amigas da tua namorada da altura? As risadas que nós demos com aquela surda com que andaste a sair, e pela forma como descrevias os gemidos dela; Aquele telefonema a meio da noite com voz enojada, porque a gaja do Barreiro se borrou toda enquanto faziam sexo anal e nem esse facto a parou, e tu tiveste de continuar agoniado. Como percorreste o país, naqueles 6 dias, com encontros marcados com mulheres de meia-idade, solteiras e divorciadas. As brasileiras, a mulatinha, a virgem, as professoras, a tua cunhada, a outra tua cunhada, a tua prima, a "mãe", a amiga da namorada do meu irmão que tinha 17 anos, a que cheirava mal, a fisioterapeuta… Aquela, que combinaste para fazer sexo em grupo, só porque querias confirmar se a pila daquele teu amigo era tão grande como diziam, e como insististe para nos juntarmos os quatro mais a senhora. Como me contaste várias vezes que, por vezes, metias uma caçadeira na boca e dedo no gatilho, e apenas a lembrança dos teus filhos te impedia de atirar a toalha ao chão.
Soube, há algum tempo, que me tentaste convidar para ser padrinho do teu casamento, agora que pareces já ter atingido uma certa maturidade ou estabilidade emocional e aparentas estar mais feliz. Desculpa-me, mas não foi possível. Isso, significou o final de uma Era, a nossa. Já não há espaço, nem vontade para acrescentar às inúmeras aventuras pelas quais passamos juntos. Os teus 42 Anos são uma boa idade para assentar.
quarta-feira, novembro 25
Rape Jokes - Adendum
terça-feira, novembro 24
Rape Jokes
segunda-feira, novembro 23
4 Chords of the Apocalypse
domingo, novembro 22
Flecha
sábado, novembro 21
Pequeno Momento Interactivo
sexta-feira, novembro 20
Nada
A amálgama de coisas baratas reverbera-me. Escuto os distantes sons da cidade que me envolve, me agrilhoa, me liberta, sons que me acodem com a sua metálica melodia de esperança.
No outro dia meti conversa com uma dentista - já no escuro e bastante suado – ela, no meio de alongamentos, contou-me toda a sua vida ao mesmo tempo que me intimidava com uma demasiada aproximação física e provincianismos excessivos atrozmente marcados por uma peculiar plasticidade facial.
Não consigo entender e às vezes, por mais idiota que pareça, perco tempo a pensar nisto: como consegue quase toda a gente dizer tchau tchau e bjinhus no final de um telefonema? Pode até ser o tipo mais azeiteiro de todos, ressacado, embriagado, que a expressão não é esquecida; pode até ser o tipo com a voz mais grossa, de uma masculinidade bizarra e a cheirar a testosterona e a urina concentrada, que a expressão é usada como algo primário, fundamental, como aqueles urros primatas que permitem o natural avançar do seu frívolo dia-a-dia.
Porque motivo a única verdadeira forma de perdão entre desconhecidos é a condescendência?
Parece o ruído do mar… o eixo norte-sul, a segunda circular. O Atlântico… rugidos de motores e ar, ondas e oscilações permanentes que me chegam ao sensor e me remetem para dias mais húmidos e quentes, penumbras de pés gelados e mergulhos encapuçados pelo sinistro breu que não me inibe. Vento a agitar bandeiras e cordéis, a remexer a areia demasiado fina, demasiado meteorizada, demasiado gasta por calosidades e desperdícios de juventude que se esvai de forma vertiginosa. Que sangue mais tóxico o que corre nestas melosamente ruidosas artérias, vrrrrrrrrmmm, vrrrrrrrrrmmm, constante e ao mesmo tempo compassado, sincopado e aliterado…
De noite faz algum frio e de um aglomerado de gente à entrada/saída da faculdade de psicologia, notam-se clarões sucessivos que acompanham os risos exagerados pela volatilidade social de alguns elementos carregados de carências epidermais. A máquina fotográfica é, como o cigarro, um grande ansiolítico social. Podemos não nos divertir, nem querer ali estar, mas temos uma forma de colorir o tédio e de parecer bem; procura-se um momento qualquer sem significado nenhum, registamo-lo e antes que nos apercebamos, já estamos a bater uma fora de casa.
Podemos, como faz a maioria das pessoas, viajar de encontro ao aborrecimento, mas vá, vamos aos landmarks de uma cidade horrível cheia de gente fútil e antipática e fica tudo registado para mostrarmos às pessoas. «ai ai ai, preciso de uma prova de que aqui estive» E assim se combate a sensação de inutilidade de uma viagem, assim se combate o vazio, a não permanência de algo de que as pessoas tanto precisam para encontrar alívio para o arrependimento de não terem comprado um ar condicionado ou um carro novo.
O meu sono irrita-me com os seus sádicos caprichos e um respirar masculino que não o meu, faz-me perceber quão feio é o mundo. O desespero é tentador e está acessível a qualquer parte do corpo, torna-se difícil afastá-lo na totalidade. Fico tenebrosamente feliz por haver quem crie músicas tristes, mesmo muito tristes, morbidamente lentificadas e indicadoras de grande (des)arranjo interno; se não houvesse quem as fizesse, sentir-me-ia completamente mudo e o meu coração nunca escutaria a arrepiante vibração da melancolia percutida.
Agora é dia e as nuvens lácteas estão completamente imóveis, não fosse o ligeiro abanar das grandes coníferas, eu pensaria que por aqui teria de ficar eternamente.
segunda-feira, novembro 16
domingo, novembro 15
quarta-feira, novembro 11
segunda-feira, novembro 9
Re-leituras
“ Everything failed to subdue me. Soon everything seemed dull: another sunrise, the lives of heroes, falling in love, war, the discoveries people made about each other.
(…)
There wasn’t a clear , identifiable emotion within me, except for greed and, possibly, total disgust. I had all the characteristics of a human being – flesh, blood, skin, hair – but my despersonalization was so intense, had gone so deep, that the normal ability to feel compassion had been eradicated, the victim of a slow, purposeful erasure. I was simply imitating reality, a rough resemblance of a human being, with only a dim corner of my mind functioning.”
in “ American Psycho” - Bret Easton Ellis
quinta-feira, novembro 5
terça-feira, novembro 3
Pateta
domingo, novembro 1
15 dias
quarta-feira, outubro 28
sábado, outubro 17
Under pressure - David Bowie + Queen
quinta-feira, outubro 15
frases e palavras que detestoporque são o reflexo da vaguidade da sociedade e do trabalho (que já não é tão honroso como pegar numa sachola)
terça-feira, outubro 13
Estranha forma de profilaxia
Não lhes vemos um sorriso apaixonado, um ar sonhador, um revirar de olhos que tenta encontrar aquele porto onde ela está, aquele sonho onde outrora apareceu cheia de viço e luminosidade incandescente. Nem tampouco fazem piadas mais elaboradas, como «a unesco devia por os olhos naquele rabo», não, são apenas ejaculações de construtos apreendidos a muito custo através dos seus esquemas de sobrevivência no mundo em que ainda imaginam haver muito preconceito, mas não tanto claro, como na sua própria representação interna.
segunda-feira, outubro 12
"a IC19 é uma incógnita"
sábado, outubro 10
Num qualquer gerúndio
"És bom demais para esta merda e a solidão é uma fraqueza que tens de ultrapassar".Uma pessoa vende-se pela promessa de uma interacção completamente incipiente, prostitui-se por um calor tépido, por um odor sexual, por uns minutos de fricção vazia entre escarras de auto-estimas extraviadas. Vende-se, desliga a cabeça do corpo, mete um pedaço de plástico e... deixa de ser quem é, deixa de dizer somente o que pensa, de fazer apenas o que lhe apetece, de troçar, de agredir, de ofender, de destruir, de amarrrrrrrrrrrrrrrr. Vendemo-nos porque nos tornam fracos, tornam-nos débeis com a sua normalidade. "Nunca sairia contigo porque... sei lá, não és normal; por exemplo, em vez de me perguntares de onde sou, perguntaste se sou do Norte ou do Sul". Talvez devesse sorrir mais, empatizar com facilidade, tomar banho todos os dias, ouvir Rita Redshoes e Ornatos Violeta, talvez devesse emborcar medicamentos, educar os neurotransmissores, pagar por terapia e ostentar posses materiais, para além de dormir 8 horas e tomar 3 refeições por dia. Devia sair e confraternizar, ter conversar banais e agradáveis, deixar as coisas fluirem lentamente, sem interpor um qualquer comentário obsceno ou intrusivo;, contemplar sem olhar fixamente, apaixonar-me em silêncio, matar toda a minha sinceridade que nada tem a ver com verdade, mas apenas com fidelidade para comigo, talvez devesse liquidar a minha afoiteza, a astúcia, o meu lóbulo frontal, transformar-me numa máquina que aprende apenas através de imitação. Talvez não devesse ter lido a morte de Ivan Ilitch, talvez devesse ter lido muitos e importantes livros, mas não ter percebido nenhum e ter saltado imensas páginas. Talvez devesse ter estilo e fazer um enxerto capilar.
segunda-feira, outubro 5
Jovem Mãe Divorciada
Morfeia
segunda-feira, setembro 28
domingo, setembro 27
sexta-feira, setembro 25
Cantina velha, 24 SET 09, 19:30.
domingo, setembro 20
Mamas Grandes
segunda-feira, setembro 14
Desabafo III
domingo, setembro 13
sábado, setembro 12
EISHHHHHHHHH
...morreste, sim, mas só depois de pedinchar uma última punheta à enfermeira, que ta recusou sem te dar margem para insistires noutro dia. Recusou-te e fode com um tipo qualquer que nem sente 5% do tesão, que tu já meio cego e no leito de morte, sentiste por ela.
quarta-feira, setembro 9
Maniqueísmo
Esta dicotomia só se aplica a pessoal da margem sul do Tejo da zona metropolitana de Lisboa.
sexta-feira, setembro 4
adenda
Vindimas
domingo, agosto 16
S.
sexta-feira, agosto 14
Joana
segunda-feira, agosto 10
Masturbação Falhada
terça-feira, julho 21
On a sunday afternoon
- “What the fuck is wrong with you? Snap out of it!!!
The concert was simple but cool, the temperature was mild, the river didn't smell and the company was good. I guess there was something missing there, like another zombie - a blonde one, beautifull and vivid eyes, "petite" but tough, craving for a Red Bull or drinking some wine or a "mini" and - that's why - smoking a marlboro light or silver slowly, enjoying each drag like the last one, now that the guilt for smoking has gone with the alcohol, always non-dependent and thinking by default efficiency-first...maybe she would be a little bit impatient towards the end, i'm not sure but i'll bet on that...
I would hug her in the small colored, unconfortable and wheeled islands that smell like the countryside, knowing that the tighter the grip, the easy it breaks, but i think she wouldn't misunderstood me. I would "take care of her ass and legs", understanding the real meaning of it, and knowing that i wouldn't like to do anything else, than just cudlle her soft and gentle skin... And then the distorted perception of time as it would stop for me for a little while - no musicians, not always the maintheme-saximprov-pianoimprov-bassimprov-maintheme-end song structure of jazz standards, no people coming out of the boat station looking , suprisingly, tired at the sunset and on a hurry on a sunday afternoon, no seagulls picking on a piece of something floating in the water, no boats bridging everyday lifes between home and work, work and home, no stupid tourists with guides in their hands, striking the pose to every scenario they find, no cars honking on our back to a drunken old man that kneels on the zebra praying and crying, no anger, stimuli, observing, parallel thinking and processing all the time... just silence and her for a little while - and then time could shift and accelerate to lightspeed, like the last time i was with her and we both were zombies...
- “Oh, Thank you for asking. i'm not depressed or anything, it’s just the city...ok, maybe, i've got a little bit of city sickness, but i guess it's normal on a Sunday afternoon.”